Bom, seguindo o espírito do tempo em seu lançamento, começa que é uma peça que conseguiu unir a Barbie e a bomba atômica na mesma tela, hehehe.
Brincadeiras à parte, é mais um filme que chamo de "pós-Wes Anderson", fase que acompanha o mesmo sentimento pessoal iniciado em "A crônica francesa". Com o boom das redes, é mais um filme pro Wes Anderson contar o quanto Wes Anderson o Wes Anderson é ou pode ser. Não chega a ser um filme narcisista "ruim", mas tem aquele padrão persistente de grandiosidade e uma necessidade de admiração contínua pela repetição de estilo que o representa (diga-se, representa bem e não é algo necessariamente ruim, mas aqui temos uma consistência quase irritante de sua linguagem).
A história é surreal, metafórica, mas não é tão complexa quanto parece ser (não quero dar spoilers). Entretanto, é impressionante como por diversas vezes a narrativa é travada por diálogos rápidos e um tanto confusos, grandiosos fora da medida; uma pena, pois deveriam ser (além do visual) o grande destaque do filme pela quantidade de ótimos atores no front. Pegando a opinião de outro colega aqui, deve ter sido bastante complexa a adaptação para os dubladores - não faço ideia o quão difícil deve ser este filme em "português".
O filme é basicamente sobre o Wes Anderson abrindo sua caixa de brinquedos e aproveitando sua influência em Hollywood, indo dormir pleno após se divertir com a gente. Mais "um filme pra conhecer o estilo do diretor" e nada mais memorável do que isso. Vale assistir, mas é por aí.