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    Roda do Destino
    Média
    3,3
    5 notas
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    WagnerSantos2022
    WagnerSantos2022

    4 seguidores 39 críticas Seguir usuário

    2,0
    Enviada em 30 de julho de 2022
    Trata-se aqui de um filme sólido, que cadencia com narrativas exageradamente lentas, com discursos bem longos. A fotografia também prejudica e compromete o entretenimento, muita das vezes gerando certa estranheza.
    Billy Joy
    Billy Joy

    3 seguidores 51 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 28 de janeiro de 2022
    Em como lidamos com o acaso.
    É aquilo que escapa do controle de seus personagens que de fato dá vida à narrativa do filme. Contudo, é precisamente na forma como estes personagens lidam com estes eventos ocasionais, aliado ao modo específico que Hamaguchi trata em tela as relações desenvolvidas, que torna tudo isso uma obra-prima.

    É uma abordagem que remete muito ao Hong Sang-soo nesse realismo que captura a casualidade de encontros e suas nuances, ainda que aqui exista um caráter menos contido na dramatização. Diferindo de Sang-soo, Hamaguchi se utiliza do zoom na primeira história para adentrar um território imaginado, escapando fortuitamente do imediatismo do momento. Mas a influência do diretor sul-coreano é ainda assim bastante perceptível, e Hamaguchi faz uso desse referencial para sugerir angústias muito próprias de cada personagem do filme e, de modo ainda mais notável, conectar as três histórias através de atitudes sentimentais em comum.

    Os sentimentos aqui subjugam a racionalidade e tornam-se realmente o fio condutor das narrativas e o aspecto dominante de seus personagens. Na primeira história, a lembrança de um amor surge para abalar uma amizade e questionar a respeito do que realmente se sente. Meiko (Kotone Furukawa) escolhe por manter na imaginação o que poderia ter sido, renegando completamente sua capacidade de manifestar aquilo que sente de verdade. Na segunda, os sentimentos se revelam através de uma narrativa fictícia ao mundo dos personagens e, na premissa de um jogo de sedução, pelo modo como como suas feridas se abrem mutuamente sem que seja necessária qualquer verbalização mais romantizada. No último segmento, um mundo que perdeu suas conexões digitais é explorado para que, ao revelar como o referencial humano de aparências é abalado nessa contemporaneidade distópica, uma outra espécie de narrativa ficcional se desenvolva ocasionalmente entre duas personagens solitárias.

    Todos os segmentos do filme de Hamaguchi atestam o sentir como aspecto mais importante nas ações humanas. Do mesmo modo como as personagens do terceiro segmento alcançam uma forte conexão através de uma encenação, uma espécie de terapia mútua que expurga momentaneamente seus isolamentos, a Meiko da primeira história opta pela abstração do que poderia ser, caso seus sentimentos fossem de fato verbalizados. Verbalização essa que existe na segunda história, mas que nem por isso extrai sua força do explícito. Não deixa também, nesta, de ser algo encenado, pois os afetos são sugeridos através da significação pela experiência íntima da narração do trecho do livro, mantendo suas forças dentro desse território imaginado por cada personagem.

    Tudo isso articula magistralmente uma dialética entre a superficialidade da aparência e a complexidade dos sentimentos verdadeiros. Qualquer observador objetivo desses encontros cairá num julgamento enviesado: Meiko deixa o casal apenas por educação, a estudante e seu célebre professor tinham um caso (a velha história de sempre), as mulheres da última história são amigas de longa data que, por acaso, se encontraram na rua.

    São assertivas que mantém alguma verdade em si, mas Hamaguchi nos faz o favor de ir além, de aproximar sua câmera e mostrar como tudo é mais complexo e interessante quando as circunstâncias e os sentimentos são desnudados. A beleza de tudo isso é justamente esse sentimento de revelação, a sensação de que histórias como essas existem escondidas em cada canto do mundo, e de que torná-las acessíveis de tal maneira é o privilégio de uma arte que rompe as barreiras do fato objetivo.
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