Eu entendi a proposta, depois que vi. Só acho que a Netflix MENTIU descaradamente na publicidade e no trailer para atrair audiência. E o tiro saiu pela culatra, pois as pessoas esperavam uma coisa e encontraram outra completamente diferente e se decepcionaram O filme é uma arte conceitual, dramática com toques de humor nonsense. Não é de fácil digestão e definitivamente não é terror! O erro, para mim, no roteiro são as muitas reflexões filosóficas aleatórias. Menos é mais! O enfoque é o "Ruído Branco" no sentido real e figurado. Eu vi em inglês e isto ficou bem claro, ao mesmo tempo que há um diálogo principal, os diálogos paralelos não são silenciados e você ouve todos ao mesmo tempo. Há momentos que o diálogo principal vira secundário no movimento da câmera (E isto eu achei fantástico!) Há o ruído ambiente mais amplo e há o ruído das mentes expresso nas expressões das personagens (este o mais barulhento apesar de não emitir som) O filme não é para fazer sentido, assim, como a vida não faz. A nuvem é só um pretexto, representa a crise, o ter que sair da zona de conforto para encarar os problemas reais e recomeçar. O final incomoda, porque não é o final, é só o fim daquela crise. O supermercado representa a volta do fluxo da vida até a próxima crise..
Os atores estão todos fantásticos! A fotografia, o figurino, o movimento de câmera são shows a parte. É um filme para quem gosta de observar estes detalhes. Quem for assistir tem que imaginar que vai a uma instalação artística de arte contemporânea, daquelas que vamos para deixar a imaginação fluir, refletir mas sem entender tudo e achando algumas combinações um tanto bizarras e com muito "ruído".