Crack: Cocaína, Corrupção e Conspiração é um documentário incisivo dirigido por Stanley Nelson que explora a ascensão e as consequências devastadoras da epidemia de crack nos Estados Unidos durante a década de 1980. Em meio a uma recessão econômica e a um cenário político marcado pelas políticas neoliberais de Ronald Reagan, a droga barata e poderosa tomou conta dos bairros pobres, alimentando um pânico moral exacerbado pelo racismo e a falência das redes de proteção social. O filme se estrutura em dois planos principais: o impacto social e o efeito político da crise. Nelson utiliza uma combinação poderosa de testemunhos pessoais de ex-traficantes e usuários, junto com análises de historiadores, cientistas e outros especialistas, para traçar um retrato detalhado dos efeitos perniciosos do crack. A narrativa revela como a epidemia foi tratada como um problema criminal, em vez de uma crise de saúde pública, e como isso resultou em um aumento alarmante do encarceramento, especialmente entre a população negra e latino-americana. Crack: Cocaína, Corrupção e Conspiração destaca a forma como o governo e a sociedade falharam em proteger as comunidades afetadas, exacerbando as desigualdades sociais e econômicas. O documentário oferece uma reflexão profunda sobre um dos maiores fracassos das políticas públicas dos EUA, cujas consequências ainda reverberam nas comunidades afetadas até os dias atuais.