A coragem de Moore é admirável, mas o documentário não argumenta muito bem, além de ser vago e as vezes se perde em um dos seus próprios focos: o sensacionalismo. A sequência em que ele crítica as intervenções do EUA no planeta e o humor sarcástico representado nas músicas do filme são bastante interessantes. Porém, Moore não deixa de ser sensacionalista; li que alguns trechos de falas eram editados e realmente parecem (não posso afirmar). Além disso, a argumentação de Moore é muito vaga (falha de roteiro). Qual é afinal a causa de tudo? A mídia? O lucro da indústria armamentista? O roteiro, além disso muda de tema as vezes de maneira muito rápida. Outra falha é que Moore mostra que os Estados Unidos seriam um país pobre e até mostra um trabalhador que ganharia pouco (se fizermos os cálculos, ele não consegue sobreviver com quase 1 mil dólares por mês). Mas se Moore mostra os bombardeios nos lugares do mundo, porque valorizar a pobreza de um trabalhador sendo que em outros lugares do planeta temo pessoas com renda de menos de 15 dólares por mês? Já nas comparações com o Canadá, o EUA é colocado como uma sociedade muitíssimo violenta em que as pessoas tem medo de andar nas ruas. Mas e o Brasil, a Colômbia? Michal Moore as vezes coloca os americanos como hipócritas, outra vezes como coitadinhos. É um documentário bastante discutível, não só pelo "riquíssimo" tema, mas também pela estranha maneira que ele é abordado. Mesmo assim, valeu pra ouvir o discurso de Moore no Oscar. =P