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Anderson
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190 críticas
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5,0
Enviada em 10 de março de 2023
"Living" é uma refilmagem baseada fielmente em "Ikiru", 1952, de Akira Kurosawa que, por sua vez, fez uma adaptação livre de "A morte de Ivan Ilich", cuja primeira edição é de 1886, de Tolstói. Veja o tamanho da responsabilidade do diretor sul-africano Oliver Hermanus que apenas deslocou a história de Tóquio para Londres. Ao ter a humildade de seguir um mestre da estatura de Kurosawa e juntando um bando de atores excelentes conseguiu reeditar uma pequena obra prima que conta a história da transformação profunda de um burocrata nem simpático, nem antipático, em uma pessoa sensível que desperta para a necessidade de não passar de forma inócua pela vida, quando confrontado com a iminência da morte. Como se nota, uma história muito simples, que trata de preocupações que deveriam ser inerentes a toda e qualquer pessoa, açodada ou não pela percepção da morte, mas que é contada de forma cativante, o que torna vê-la e ouvi-la um imenso prazer.
Bill Nighi estrela esse remake do clássico Viver de Akira Kirosawa, aqui está longe da pegada do mestre Akira, mas atende bem com uma boa atuação de Bill e alguns diálogos bem dirigidos.
Te faz refletir do início ao fim, não espere grandes emoções, creio que não foi criado pensando nisso. O filme meio no estilo CULT, expõe a vida de um servidor público e como ele usufrui da sua vida, sua rotina, como encara o dia a dia e o que seus colegas de trabalho e filho o enxergam. É mais próximo do fim que você consegue ligar todas as pontas soltas e compreender a reflexão proposta, ele expõe a inércia em que as pessoas se permitem cair deixando apenas que os dias e as noites, passem, fazem tudo no automático, riem por conveniência e não mais por se divertirem, deixam de valorizar os pequenos e genuínos momentos.
Ele nos faz olhar para dentro e refletir se já não nos deixamos cair na inércia, se é que não estamos nela e refletir sobre como sair. Como dar o devido valor a cada atividade / oportunidade do nosso dia, encarar o trabalho como uma atividade para um meio e como de vez em quando ir além, ser excepcional. Assim como nos obriga a refletir sobre o nosso ambiente, como podemos colaborar para nossa própria felicidade através de atos simples para nós, mas que para outros pode ser a mudança de uma vida - pela oportunidade de viver melhor.
Eu realmente amei o filme e está na minha lista de filmes a revisitar de tempos em tempos para me lembrar de que não sou um robô e de que vim ao mundo para VIVER! Ter novas experiências, conhecer novas pessoas e suas culturas e meios de diversão, de ir além dos limites que em algum momento deixo colocarem sobre mim por cair, sem perceber na inércia. A final nosso tempo é curto para VIVER de forma plena, curtindo desde as pequenas coisas até as grandes.
Espero que consiga aproveitar esta obra, tanto quanto eu. Coloque atenção e não se deixe ser mais um em meio a um mundo de pessoas inertes.
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