Quando “Borat – O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América”, filme dirigido por Larry Charles, foi lançado, em 2006, a personagem título do filme (criada e interpretada pelo comediante inglês Sacha Baron Cohen) era uma verdadeira novidade. Por isso mesmo, funcionou tão bem a viagem do repórter de TV de origem cazaque, pelos Estados Unidos, revelando o choque cultural e social entre o confronto daquela figura rara com pessoas que representavam os maiores estereótipos da cultura norte-americana.
Quatorze anos após esse lançamento, Borat não é mais uma novidade. Em decorrência disso, o grande desafio por trás de uma continuação como "Borat: Fita de Cinema Seguinte", filme dirigido por Jason Woliner, é nos causar aquela mesma sensação de frescor que o primeiro filme. O elemento surpresa que o longa precisava vem justamente da presença de Maria Balakova em tela, interpretando Tutar Sagdiyev, a filha que acompanha Borat no seu retorno aos Estados Unidos.
A trama do filme nos mostra, como dissemos no parágrafo anterior da nossa resenha crítica, o retorno de Borat aos Estados Unidos, acompanhado da sua filha, com o objetivo de presenteá-la ao Vice-Presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, como uma forma de reabilitar a imagem do Cazaquistão, que ficou tão arranhada após o lançamento de “Borat – O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América”. Em cima dessa premissa, acompanhamos Sacha Baron Cohen e Maria Balakova improvisando em cima de outras diversas situações e cenas, tudo com o propósito de reforçar que, como bem Borat afirma, nos comentários do ato final do longa, que a maior ameaça para os Estados Unidos não são outros países ou outras tecnologias; e sim, os próprios norte-americanos, com suas idiossincrasias tão bem reveladas pelo filme.
"Borat: Fita de Cinema Seguinte" é uma obra de humor sofisticado. Muitas vezes, eu fiquei até me perguntando se eu tinha o repertório suficiente para entender tantas críticas subliminares e tanta ironia. A verdade é que o senso de humor como o de um filme como esse é para poucos. Para mim, confesso, funciona muito pouco! Para muita gente, é genial! E, realmente, pensando do ponto de vista que Sacha Baron Cohen e Maria Balakova conseguiram fazer com que pessoas anônimas e conhecidas se revelassem daquela maneira é a prova de que ambos são geniais mesmo no que fazem - Rudy Giuliani que o diga!