Minha conta
    Cabrito
    Média
    3,0
    3 notas
    Você assistiu Cabrito ?

    1 Crítica do usuário

    5
    0 crítica
    4
    0 crítica
    3
    1 crítica
    2
    0 crítica
    1
    0 crítica
    0
    0 crítica
    Organizar por
    Críticas mais úteis Críticas mais recentes Por usuários que mais publicaram críticas Por usuários com mais seguidores
    Adriano Côrtes Santos
    Adriano Côrtes Santos

    744 seguidores 938 críticas Seguir usuário

    3,0
    Enviada em 29 de novembro de 2024
    "Cabrito", um filme de terror independente brasileiro, é um exemplo intrigante de cinema underground, escrito e dirigido por Luciano de Azevedo. Originalmente concebido como um curta-metragem em 2015, o filme rapidamente ganhou notoriedade ao ser premiado e exibido em mais de 50 festivais ao redor do mundo. Em 2020, Azevedo decidiu expandir a história para um longa-metragem dividido em três episódios, todos centrados no mesmo personagem, oferecendo uma experiência cinematográfica crua e perturbadora.

    O filme carrega influências notáveis do gênero slasher, especialmente de filmes como "O Massacre da Serra Elétrica" de Tobe Hooper, que inspirou o projeto. A atmosfera claustrofóbica e a direção de arte, muitas vezes sombria e grotesca, remetem diretamente aos filmes de terror dos anos 70 e 80, com destaque para a temática da família canibal. A história segue um jovem (interpretado por Ramon Brant) que é iniciado no mundo do canibalismo e dos assassinatos pelo pai, interpretado magistralmente por Samir Hauaji. A dinâmica familiar é complexa, com um pai que se envolve em práticas macabras, uma mãe fanática religiosa e irmãos hostis, que criam um ambiente tenso e distorcido.

    O primeiro episódio é, sem dúvida, o mais impactante, graças à performance de Hauaji, que dá vida ao pai com uma intensidade imersiva. Esse episódio, em que o personagem começa a introduzir o filho nas práticas perturbadoras, é o mais envolvente, construindo uma base sólida para o resto da narrativa. No segundo episódio, vemos o protagonista já adulto, vivendo com sua mãe religiosa, e sua sanidade começa a se desintegrar, enquanto o filme toma um rumo mais sombrio e psicológico. No entanto, é no terceiro episódio que o filme perde um pouco de sua força, tornando-se mais confuso e menos coeso, à medida que a história se desenrola de maneira mais fragmentada, culminando em um clímax de difícil compreensão.

    A fotografia do filme, apesar de eficaz em criar uma atmosfera de opressão, peca pela escuridão excessiva em várias cenas, o que dificulta a visualização em alguns momentos chave. Isso, aliado a um orçamento apertado, faz com que a obra exiba algumas limitações técnicas, mas, por outro lado, também confere um charme peculiar ao estilo visual do filme, muito característico do cinema independente de terror. A direção de arte se destaca, ajudando a reforçar a sensação de decadência e desespero que permeia a história, criando um ambiente que é tanto real quanto pesadelo.

    No geral, "Cabrito" é uma obra que, apesar de suas falhas narrativas e técnicas, se mantém fiel ao espírito do terror underground, com uma proposta ousada e um estilo cinematográfico único. A atuação de Samir Hauaji e a atmosfera grotesca construída pela direção de arte são os pontos altos, garantindo que o filme, mesmo em sua irregularidade, tenha um impacto duradouro no espectador. É um filme que, para os fãs do gênero, oferece uma experiência visceral e perturbadora, mesmo que nem todos os elementos se conectem de maneira fluida.
    Quer ver mais críticas?
    • As últimas críticas do AdoroCinema
    • Melhores filmes
    • Melhores filmes de acordo a imprensa
    Back to Top