Plata Quemada: Críticas

Vi esse filme há alguns anos atrás numa mostra do RioCine. Achei ele um dos melhores filmes da mostra. Dois personagens corajosos pela sua homosexualidade e uma direcão segura. Filmes latinos normalmente não sabem lidar com tiroteios muito bem. Filmes policiais é coisa do cinema americano, mas esse filme consegue apresentar ótimas sequências de tiroteio e a atuação dos dois protagonistas é fantastica. Esse diretor já havia feito outro filme que achei muito fraco, mas "Plata Queimada" mostra um incrível talento. O filme fica um pouco cansativo perto do final, mas essa crítica pode ser feita até mesmo ao "O Senhor dos Anéis", não é mesmo? Aconselho esse filme para quem quer ver um bom filme baseado numa história real, com boas atuações e cenas de ação convincentes."

O filme ficou tão preso a ser adaptação de um livro que toda hora o narrador explica todas as situações. Poderia deixar um tempo pra gente pensar e realmente perceber o que está acontecendo. A história não flui e a montagem falha em vários momentos - como todos dançando twist na praia se vestindo como nos anos 50 (o filme se passa em 65). De vez em quando lembra até as pornochanchadas brasileiras dos anos 70. Não se entende o drama da mulher, que começa a chorar do nada depois de transar com Angel. Ou eu não compreendo. Boa a cena de um se ajoelhando na Igreja e o outro no banheiro fazendo sexo oral com o 'puto'; Inteligente e intensa.

O filme é excelente, do começo ao fim. As cenas vão tomando uma boa cadência de acontecimentos. E saber que o filme foi inspirado em um fato real, e adaptado de um romance torna minha visão sobre ele ainda mais profunda. Sem sombra de dúvidas, a atuação e a direção/execução das cenas são um espetáculo visual, principalmente nas cenas de tiro, as quais surpreendem pela simplicidade, velocidade e performance, vindo de um filme argentino que sabe executar com tanta facilidade e maestria atos muito bem desenvolvidos. O desenvolvimento dos personagens, principalmente de Nene é muito real e bem construído, o personagem transmite que de fato é real. Ángel por sua vez, apesar de ser mais dramático consegue depictar a relidade de muitas pessoas em sua condição, que marcados pelas perseguições das "vozes" deixam de ser quem são. O Corvo também, apesar de não ter a mesma química gigantesca entre o Nene e o Ángel é o meio termo necessário entre a razão, Nene; e o sentimento, Ángel. O trio de atores tem uma dinâmica ótima como os assaltantes, permitindo ao espectador, ao mesmo tempo, acompanhar o ocorrido e entreter o público. Sem falar que a temática abordada é retratada com muita seriedade e de forma ímpar; há um paralelo construído entre Nene e Ángel, que passam pela mesma situação de seu amor proibido, porém, devido a seus temperamentos distintos, enfrentam a pressão do pós-assalto de forma totalmente antitética. A representação sensível e violenta dos protagonistas demonstra a maturidade do roteiro que abraça a realidade e deixa de lado estereótipos angustiantes de obras com mesma temática. A evolução gradual, facilmente comprada pelo espectador, e a interação nos olhares indicam que realmente há intimidade entre ambos faz um longo tempo. Urge ao espectador um olhar atento ao amadurescimento entre "Os gêmeos". A trama incentiva a quem assiste a torcer para o romance de Nene e Ángel, que é a força motriz que faz a história se tornar ao memo tempo intreressante pelo fato real, e cativante pelo cerne poético. O desfecho é surpreendente e apesar de serem anti-heróis, o público certamente torce para um felizes para sempre. O filme supera as expectativas, pois ele quebra clichés que poderiam facilmente serem associados aos protagonistas, e ao mesmo tempo, não se preocupa em militar ou representar a causa; o fime é o que é, um espetáculo visual.