Nada em "Kill Bill" é original, e isso é maravilhoso, temos terror italiano e francês, Filmes de kung fu chineses, cinema japonês, cinema trash e até western, alem de que temos no minimo 15 filmes referenciados aqui, entre eles; "PAULA SCHULTZ", "SANGUE NOS OLHOS" "THRILLER: A CRUEL PICTURE", "O DRAGÃO CHINÊS" , e principalmente "LADY SNOWBLOOD", e até "GHOST IN THE SHELL", ou seja, temos um filme sobre filmes trazendo uma estética e direção incrível e uma trilha sonora unica. O roteiro até tem suas surpresinhas, mas é bem comum em sua essência, traz uma historia de vingança com desfechos típicos de novelas mexicanas, mas o legal aqui não é o roteiro que conta a historia da noiva que foi "morta" em seu casamento e que agora busca vingança, e sim o jeito como é contado, misturando linhas narrativas, e neste volume 1 a gente não tem o inicio nem o final, temos apenas o meio com pequenos background´s. Não temos uma moral tratada no filme, e se tivéssemos ela seria cortada ao meio jorrando 27 litros de sangue de forma estilizada tocando a unica musica possível para dar perfeição ao momento. O ponto alto do filme, alem das referencias que Tarantino se utilizou para compor sua obra, referencias que criam cenas e faz de Kill Bill um filme de cenas, e por isso sua separação em capítulos é perfeita, Tarantino brinca com a câmera, faz planos sequencias espetaculares, faz 360°, joga sombra, deixa a tela em PB, muda a fotografia, muda o grafismo, usa contra luz, faz contra plongée e plongée, ele faz uma mistura tão grande de técnicas, que no final temos um estilo completamente próprio, Kill Bill é um filme incopiável , pois todos esses recursos são usados, porque são inspirado de diversos filmes completamente diferentes entre si, alem de sua mixagem de som ótima e uma montagem surpreendente-A montagem de cena da chegada da noiva ao japão é incomparável- e tudo isso dá um ritmo e dinamismo no filme que faz as 2 horas parecerem 15 minutos e fazem o telespectador implorar por mais. E, obviamente, não podemos deixar de citar sua trilha sonora magnifica, a onde temos de Bernad Hermann a Ennio Morricone, passando por Nancy Sinatra, a musica é um personagem do filme, pois ela está sempre ali, presente e gritando, alem de participar do ritmo do longa, pauta personagens e interagir com a ação, alem de ser maravilhosa, Kill Bill tem uma das melhores trilhas sonoras do cinema pra mim, mesmo não sendo original. Não temos grandes destaques em atores neste primeiro volume, Mas mesmo assim, Uma Thurman está muito bem e segura o papel. Tarantino abusa de toda a sua expertise em diversas áreas do cinema neste longa, e prova que cinema se aprende é vendo filme. Por fim, "Kill Bill" é um filme que muitos, muitos vão odiar, achar tosco ou até bobo, mas sua beleza é intrínseca ao olhos de cinéfilos e apreciadores do cinema e até aqueles que buscam por algo diferente. "A vingança é um prato que se come frio"- antigo proverbio klingon.