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Sócrates greko
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4,0
Enviada em 4 de novembro de 2024
Hoje meu professor de direito internacional estava conversando com a gente sobre a banalidade do mal e a capacidade do ser humano ser mal e ainda ser ovacionado por isso.... Nós achamos que não, mas a maldade está mais perto do que pensamos, e é muito fácil dela se tornar banal ao ponto de ser normal.... Filme extremamente necessário.
Filme desagradável por excelência, HOLY SPIDER pode chocar quem está acostumado às narrativas hollywoodianas. Com seu foco na sociedade machista e misógina iraniana, aqui um cidadão do bem se julga, sob a benção de Alá, a sair às ruas matando "degeneradas" prostitutas. O próprio Estado gostaria de fazer essa "limpeza", mas como isso seria demais mesmo para um Estado autoritário, ele permite que seus "soldados" façam o serviço sujo fechando os olhos para suas atitudes. HOLY SPIDER mostra tudo isso com um olhar frio, sem demonstrar compaixão pelas prostituas, que naquela sociedade têm o mesmo peso dos ratos e das baratas. E o filme, um grito resignado de revolta, revela que no Irã muitos cidadãos do bem estão dispostos a seguir essa determinação de Alá e que lugar de mulher decente é em casa, obedecendo o marido e de cabeça baixa.
Um serial killer, um investigador e um jornalista. O resto da história a gente já conhece de ter visto tantos filmes com o tema. As diferenças com os demais é que este se passa no Irã, o assassino, denominado "Spider", é conhecido desde os primeiros frames e o jornalista é uma mulher, Arezoo Rahimi. No Irã! As vítimas são prostitutas, o que sob o olhar religioso já as torna culpadas. O assassino é preso, "apesar" do trabalho da polícia, graças à investigação de Rahimi que coloca em risco a própria integridade física. Nós, ocidentais, ficaremos estupefatos durante o julgamento com comportamentos que para os Iranianos é nada mais que naturais. O que a princípio parecia um "thriller" acaba se convertendo em uma discussão sobre os direitos mais básicos da mulher nessas regiões, apresentada de forma brilhante por Zar Amir Ebrahimi, atriz que de longe se destaca na produção.
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