Ao viver o momento mais especial da vida de uma mulher, a gravidez de sua primeira filha, Elisa (Vittoria Puccini) se depara, também, com uma notícia devastadora: a de que ela possui um câncer incurável. Após uma fase de negação e de impotência diante da doença, ela decide enfrentá-la se agarrando ao que ela tem de melhor naquele momento: a vida da bebê que está gerando em seu ventre.
É assim que Elisa decide que irá se dedicar para que a sua memória esteja sempre viva para a sua filha, após ela nascer. Ela compra 18 presentes, que devem ser entregues à sua filha a cada novo aniversário.
O interessante, em 18 Presentes, filme dirigido e co-escrito por Francesco Amato, é que a história de Elisa nos é contada tendo como base a perspectiva de sua filha Anna (Benedetta Porcaroli). Em primeiro lugar, na falta da compreensão dela e no pouquinho de revolta que ela sente pelo fato de que a mãe comprou todos aqueles presentes para ela sem saber a pessoa a qual ela iria se tornar. E, em segundo lugar, a partir do momento em que Anna entra em contato com a memória de sua mãe, como se ela precisasse ter esse contato com ela para entender o que motivou Elisa a fazer tudo aquilo por ela.
Baseado em uma história real, 18 Presentes é aquele tipo de filme que tem uma história feita sob medida para que a gente possa se emocionar. Ao mesmo tempo, isso não quer dizer que estamos diante de um longa que manipula as nossas emoções. Pelo contrário, 18 Presentes tem uma sutileza na condução de sua história, que é admirável. O seu momento mais comovente (a leitura da carta que Elisa escreveu para Anna) é uma cena perfeita e que sintetiza tudo aquilo que este filme gostaria de nos passar.