Baseado em uma história real, o filme "O Protocolo de Auschwitz", dirigido e co-escrito por Peter Bebjak, nos conta a história por trás de Freddy (Noel Czuczor) e de Valér (Peter Ondrejicka), dois jovens judeus de origem eslovaca, que conseguem escapar do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, em 1944, em plena II Guerra Mundial. Munidos de documentos que comprovam o genocídio cometido nestes campos, eles redigem um relatório minucioso sobre o que se passava naqueles locais. Porém, por incrível que pareça, encontraram a resistência daqueles que poderiam ajudá-los, principalmente a Cruz Vermelha. Na mente dessas instituições, o relato deles era muito duro para ser verdade. Não era concebível que aquelas atrocidades pudessem estar sendo cometidas.
Para o relato desta história, o filme se divide em duas linhas narrativas que acompanham o período de 22 dias que envolvem a preparação, o sumiço e a fuga de Freddy e de Valér. A primeira linha narrativa nos mostra o que ocorreu com quem ficou em Auschwitz-Birkenau, a partir do momento em que o desaparecimento dos jovens é percebido pelo exército alemão. A segunda linha narrativa nos mostra Freddy e Valér em sua jornada pela sobrevivência, durante e após a fuga, com a motivação maior de terem a oportunidade de contar a verdade.
"O Protocolo de Auschwitz" foi o representante da Eslováquia na disputa por uma das indicações ao Oscar 2021 de Melhor Filme Internacional. Assim como ocorreu com o representante brasileiro (o documentário "Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer Parou"), o filme eslovaco não chegou nem a ser pré-selecionado pela comissão. A história que o diretor e co-roteirista Peter Bebjak nos apresenta já começa de uma forma bem dinâmica e movimentada, o que faz com que a gente demore um pouco a se situar sobre o que está acontecendo em tela. A trama ganha em qualidade quando chega no seu ato final, com o debate sobre o relatório escrito por Freddy e Valér. Ali, o filme encontra o seu clímax emocional e nos mostra o por quê dele valer a pena.