Seria difícil encontrar alguma continuação melhor que este "O Poderoso Chefão - Parte 2", e não foi atoa que é a primeira continuação a receber o Oscar de Melhor Filme.
Em sua parte 2, o magnífico Francis Ford Coppola consegue manter o público vibrando com a história da família Corleone, e, o que deixa o roteiro mais interessante, nos apresenta duas histórias paralelas, mas que se complementam de uma forma incrível, de modo a estabelecer para o espectador a complexidade do clã Corleone.
Uma das histórias funciona como uma continuação direta do filme de 1972. Aqui Michael já exerce todo o papel que cabia ao "padrinho" Vito na primeira parte. A forma como o rumo da vida de Michael se transformou tão radicalmente é tratada de forma intensa e, também, sensível, sobretudo em sua relação com a mulher Kay e, principalmente, no grande conflito (para mim, o ponto ápice do filme) que se desenvolve entre este e o seu irmão Fredo (não atoa, o terceiro filme inicia-se daqui).
Eletrizante como o primeiro. Talvez até um pouco mais empolgante. Destaco a cena do baile em Havana: a aproximação com o fato histórico da Revolução Cubana ficou sensacional!
A outra história, desenvolvida paralelamente, nos apresenta ao jovem Vito Corleone, em atuação incrível de Robert DeNiro, em seu primeiro papel de destaque. A condução dada por Coppola para os caminhos trilhados por Vito até se tornar o que conhecemos na pele do fantástico Marlon Brando na primeira película é de se destacar. Coppola trabalha muito bem o vínculo entre a história inicial de Vito, nas primeiras cenas na Sicília, e a formação de seu império mafioso nos EUA. O fabuloso, ao meu ver, é que tal história, o acompanhar da juventude de Vito, não tem como pretensão redimir o personagem. Funciona muito mais como uma importante complementação ao roteiro desenvolvido. É a aproximação do público ao universo sensacional dos Corleones.
Enfim, não deve nada ao primeiro, apesar de gostar um pouquinho mais (talvez pela presença de Marlon) do anterior. Mas, tão bom quanto!
Note 9!