No filme dirigido e escrito por David O. Russell, a cidade de Amsterdã significa para o trio formado por Burt Berendsen (Christian Bale), Harold Woodman (John David Washington) e Valerie Voze (Margot Robbie) as lembranças de momentos felizes em que a amizade dos três foi forjada. Principalmente quando consideramos o fato do encontro entre eles ter vindo após a participação dos dois primeiros em uma grande guerra mundial e da terceira também como enfermeira que auxiliava a cuidar dos soldados feridos em conflito.
Apesar disso, “Amsterdã” não tem foco na relação de amizade estabelecida entre eles, e sim na investigação do assassinato do General Bill Meekins (Ed Begley Jr.), um herói de guerra. Tentando salvar as suas próprias peles, na medida em que se tornam suspeitos do crime, Burt e Harold acabam desvendando uma trama maior, que envolve uma conspiração política que pode ameaçar a forte democracia que são os Estados Unidos da América.
Por isso mesmo, quando do fim de “Amsterdã” fica a sensação de uma grande oportunidade perdida por parte de David O. Russell. Seu filme tem um tema importantíssimo e atual: a ameaça da extrema direita, com seus arroubos totalitaristas e anti-democráticos, ao redor do mundo. Porém, esta temática é mal trabalhada por um roteiro que se divide em tantos focos, sem nunca aprofundar cada um deles a contento.