"Duna: Parte 2" é a sequência que Denis Villeneuve nos prometeu, um épico que não tem medo de se estender nas areias do deserto de Arrakis e nos levar para os confins deste universo vasto e perigoso. O filme pega exatamente de onde o primeiro nos deixou, com Paul Atreides (Timothée Chalamet) e Lady Jessica (Rebecca Ferguson) buscando refúgio entre os Fremen, após a destruição de sua casa nas mãos dos malignos Harkonnen.
O que funciona:
1. Visual Estonteante: Se tem algo que Denis Villeneuve sabe fazer bem, é deixar todo mundo de boca aberta. O filme está visualmente deslumbrante. As cenas no deserto de Arrakis são belíssimas, com os gigantescos vermes de areia e a intricada arquitetura Fremen e
a "cavalaria" de vermes gigantes praticamente criando a própria tempestade de areia
saltando da tela como algo saído diretamente dos nossos sonhos nerds mais loucos. É de tirar o fôlego!
2. Narrativa Mais Clara: O primeiro filme foi (para mim) um pouco denso demais, mas "Duna: Parte 2" coloca a história em trilhos mais compreensíveis. A ascensão de Paul Atreides como líder messiânico é retratada de forma convincente e fascinante, nos mostrando como ele tenta equilibrar suas visões proféticas com os desejos e as realidades brutais do povo Fremen.
3. Exploração Cultural e Política: O filme explora com mais profundidade a cultura dos Fremen, revelando mais sobre suas crenças, estruturas sociais e seu papel na resistência contra os Harkonnen. Isso, juntamente com a intrincada teia política entre as famílias nobres, oferece uma visão intrigante das maquinações no universo de Frank Herbert.
Onde o filme escorrega na areia:
1. Diálogos Repetitivos: Se você gosta de personagens repetindo seus objetivos como um mantra, você está no lugar certo! Em alguns momentos, os diálogos parecem desnecessariamente repetitivos, enfatizando as mesmas ideias vezes demais, como se estivéssemos precisando constantemente de lembretes sobre o que está acontecendo.
2. Narrativa Estruturalmente Previsível: A estrutura do filme segue um padrão previsível que pode torná-lo cansativo em certos momentos. Há uma clara fórmula entre os momentos de reflexão e os embates grandiosos, o que pode tirar um pouco da surpresa.
3. Subtramas Desenvolvidas pela Metade:
A história dos Harkonnen, apesar de ser visualmente impressionante com seus tons sombrios e frios, não é tão desenvolvida quanto deveria ser. Feyd-Rautha (Austin Butler) é um vilão intrigante, mas sua presença é subaproveitada. Outros personagens, como a Princesa Irulan (Florence Pugh), não têm tempo suficiente para brilhar.
Conclusão:
"Duna: Parte 2" é um espetáculo de ficção científica que merece ser visto na maior tela possível, onde você pode se perder nas dunas de Arrakis e vibrar com os momentos épicos. Villeneuve entrega um visual fantástico, mas a repetitividade nos diálogos e a previsibilidade estrutural impedem que a narrativa atinja todo o seu potencial. A falta de profundidade nos antagonistas e subtramas deixa um gostinho de "quero mais," mas o filme ainda consegue manter os fãs na ponta da cadeira enquanto nos prepara para o próximo capítulo.