ESTE FILME NÃO É PARA TODOS.
Sim, quem vai assistir à este filme de maneira despretensiosa vai se assustar. O longa é baseado na história que inspirou 'Hamlet', de Shakespeare. O filme é protagonizado pelo ator Alexander Skarsgård, que vive Amleth, herdeiro de um trono que assiste ao seu pai sendo morto pelo próprio tio bem na sua frente, dali em diante, acompanhamos à incessante busca do jovem por vingança, e que busca, hein?! Eu me perguntei inúmeras vezes durante o filme: "O que eu faria para me vingar de alguém que me feriu muito?"
A história se passa na era viking, ali pelo século 9, e mostra SEM RESTRINÇÃO NENHUMA, a brutalidade e horror que era viver naquele lugar e naquela época, principalmente você sendo mulher, jovem ou idoso. O diretor Robert Eggers não tem pudor nenhuma em mostrar sangue e criar cenas de tirar o fôlego e até de embrulhar o estômago, tem um ritual que ocorre no começo do filme, antes da morte do rei, que cara, que direção de cena, que jogo de câmeras, sério, a cena, apesar de bizarra, é lindíssima esteticamente falando. E ainda falando sobre o diretor, a cada dia, ele se prova mais capaz de grandes feitos em hollywood, ele que tem apenas três filmes em seu currículo (já contando o homem do norte), são eles, "A Bruxa" e "O Farol", prova que (de novo) que tem o dom pra fazer grandes coisas.
O elenco desse filme é pesadíssimo, só nome do mais alto nvel, todos incríveis, temos o Ethan Hawke, diretamente de "cavaleiro da lua" haha Willem Dafoe você tem meu coração, viu?! Mas neste filme em especial para a atuação de duas atrizes, Anya Taylor-Joy como Olga tá impecável, suas "conversas" com a terra e a cena do Barco quando Amleth pula na água são pesadas, impactantes, perfurantes, o famoso "arrepiou" tudo. E Nicole Kidman, Só tenho uma palavrinha pra você: ALUCINANTE.
O filme dá uma verdadeira aula de construção de mitologia, Em meio a cultura nórdica, Eggers não deixa ninguém com dúvidas sobre suas intenções, apesar de um background muito grande e muito lindo cara, o filme tem uma história central bem estruturada e bem direta, ela tem começo, meio e fim, e isso está estabelecido e o que me deixou feliz foi que apesar de se preocupar muito com a ambientação, Eggers não deixou em nenhum momento isso ser mais importante do que a história que estava contando.
Desde que sai da sala de cinema tenho tentado pensar em algo que me incomodou, e sinceramente não pensei em nada que realmente valha a pena colocar aqui, quando penso em algo, em seguida já me respondo: "Não, não, isso foi necessário".
Em um mundo onde os filmes de heróis são a maioria massacrante dos cinemas, "O homem do norte" é um suspiro de Alegria e prazer para fãs de cinema e de uma história FORTE.