Após o sucesso de vendas de Joker (2018), era inegável que Hollywood daria um jeito de "tirar leite de pedra" e lucrar em cima de um dos personagens mais icônicos da cultura pop. Uma sequência caça-níquel viria mais cedo ou mais tarde.
Entretanto, em 2021, logo depois do anúncio de que toda a equipe do filme original retornaria para a sequência, houve um grande alívio. Afinal, esperava-se algo competente das pessoas que produziram aquele clássico geek. O fato de Joaquin Phoenix ter aceitado o convite foi impressionante e demonstrava segurança no projeto, visto que o ator nunca aceitava fazer continuações, mas desta vez abriu uma exceção (sorte que ele não tem redes sociais, porque eu não perderia a oportunidade de culpá-lo na DM do Instagram).
Junto com o anúncio, surgiram rumores de que Lady Gaga participaria do elenco, trazendo sua veia artística para esse "pseudomusical". E é nessa escalação que a obra encontra seu maior triunfo. A atriz traz um toque novo para o universo e é capaz de ofuscar qualquer um que contracene com ela. Sua dedicação é evidente, uma clara evolução em relação aos seus filmes anteriores. A crueldade, a manipulação e os números musicais de sua personagem são de tirar o fôlego. Todos adorariam ter visto mais dela! Mas, convenhamos, não cairia bem, pois é um filme do >>>>>> CORINGA<<<<<<<. E, fazendo um trocadilho, o Coringa não é ela.
Se o universo tivesse se expandido com um filme solo da Harley Quinn, não estaríamos passando por tantos problemas. A história do Coringa morreu no primeiro filme, e em Folie à Deux tenta-se arrastar algo que ninguém quer saber.
Quando o filme entra em seu ato "thriller" — na parte do julgamento — todos reviraram os olhos de tédio. Não era possível que alguém havia aprovado aquilo. Isso apagou completamente o que tornou o primeiro filme tão cativante.
O público estava louco por uma análise profunda do personagem, diálogos interessantes e uma crítica social impactante. Mas Folie à Deux não entrega NADA disso. Por mais que tente uma crítica social, ela só vem à tona no final do segundo tempo. Não me leve a mal, gosto da sátira de que queremos ver violência e que, quanto pior, melhor será para o nosso ego, mas isso não foi bem executado nas telas.
Dito isso, preciso criticar novamente a escolha de levar o Coringa para os tribunais. Todos queriam vê-lo pelas ruas da cidade, pois é lá que ele brilha; é lá que vemos as verdadeiras críticas sociais. Ninguém liga para os problemas de tribunais. Queremos transtornos mentais sendo aprofundados, e não essa bobagem.
Desde 2021, uma discussão tomou conta: "Será Coringa 2 um musical ou não?". Infelizmente, é um sim e um não, porque o filme tem medo de ser um musical de verdade, o que é extremamente triste, já que a junção de Lady Gaga com os números musicais foi o espetáculo do filme, e eu adoraria ter visto isso por 2 horas. Para aqueles que estão dizendo que o filme é um musical, vamos com calma: não precisa forçar algo para fingir que é adulto. Apenas aprecie as melhores cenas do Joker (que, por sinal, são poucas — tem apenas uns 6 números musicais completos, e o resto é só uma cantarolação chata, de um diretor que não teve coragem de fazer um musical de verdade).
Gente??? E que final bosta foi essse????