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Cid V
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4,5
Enviada em 19 de agosto de 2024
Após uma festa na casa do sogro, que é reitor da universidade onde trabalha, George (Burton) e sua esposa Martha (Taylor) recebem um jovem casal, Nick (Segal) e Honey (Dennis). Alcoolizados e em meio a uma lavagem de roupa suja, George e Martha comandam uma série de jogos em que acabam desnudando muitos de seus podres, assim como os do casal recém-chegado a uma pequena cidade de Massachussets (...)
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Lavagem de roupa suja em seu melhor: tenso, histérico, bizarro, chocante e prende a nossa atenção até o fim. Logo em sua estréia, o diretor adapta brilhantemente o livro. Elizabeth Taylor MA-RA-VI-LHO-SA nem a reconheci.
Clássico do cinema mundial! Atuações monstras de Richard Burton e da diva Elizabeth Taylor à qual lhe rendeu o óscar de melhor atriz daquele ano. Roteiro cheio de diálogos inteligentes e fortemente recheado de ódio e intrigas. Um filme cativante e imponente.
Se algum dia eu fosse fazer um curso de cinema, eu desejaria analisar esse filme como meu primeiro estudo de caso. Roteiro inquietante, interpretações arrasadoras, a tragédia humana é representada com poucos recursos e muito, muito talento. Denso, surpreendente a cada minuto, genial. Faz a gente agradecer ao cinema a possibilidade de eternizar Burton e Taylor.
Prepare-se para conhecer medusa encarnada na personagem de Elizabeth Taylar (Martha). Martha vai deixá-lo até a última cena petrificado. Imprevisível, rica, mimada, mãe atormentada, esposa insatisfeita com o destino profissional de seu marido, um mero professor de História, frustrado por não ter capacidade para assumir a faculdade de seu sogro. Os quatros personagens do filme vão colocar as patas em sua sala. Os diálogos lembram Deus da Carnificina (Polanski); frenéticos, celebrais intercalados por breves pausas necessárias. Tudo está montado em torno da biologia e da história. Não é à toa que os homens são professores dessas disciplinas. A história trazendo as raízes do patriarcado e a biologia arrancando essas mesmas raízes para revelar uma nova mulher ou uma mulher dilacerada por conflitos e talvez uma certeza de quanto foi enganada ou de quanto precisa ser enganada. Os homens do filme contam histórias de fracasso e cobiça. George, o marido de Martha, fracassou perante os valores do patriarcado. Um sádico incompetente, tanto quanto à impossibilidade de transmitir seus genes e de assumir negócios de família. Tudo isso será mostrado apenas nos primeiros 45 minutos de diálogo. Tome fôlego se ainda não ficou petrificado. Os personagens ainda estão levantando um palco onde as mulheres estarão prontas para negarem a função básica da maternidade, tendo como pano de fundo a maravilhosa política do mundo acadêmico. Aos poucos cada um dos personagens desconhecidos vão sendo revelados, suas fragilidades, traumas e ambições vão formando o corpo completo de um mesmo ser humano, ganhando o filme uma conotação de crítica social na medida em que desmascara o conservadorismo revelado da primeira hora. Toda essa inteligente desconstrução do ser humano girará em torno da fragilidade de sua realidade inventada. Homens que não cumprem os papeis sociais satisfatoriamente e mulheres que rejeitam os papeis que lhes foram reservados. Não procure culpados em uma relação atormentada como a que estamos vendo. O final do drama cinematográfico cai em nosso colo como um órfão que acabou de sair de um “atoleiro imoral”, parafraseando uma dos falas dos personagens. Depois do THE END, resta dizer “onde fui me meter”.
Denso, Pesado, Carregado. Todos esses adjetivos se encaixam neste filme. Ele é a prova que com diálogos extremamente elaborados e interpretações impecáveis é possível se fazer uma obra-prima
Elizabeth Taylor , Richard Burton , George Segal , Sandy Dennis. Roteiro denso, com diálogos inteligentes e direção competente. Elizabeth Taylor levou merecidamente mais um oscar com este filme, provando ser uma das melhores atrizes de todos os tempos. Richard Burton, injustiçado pela academia de hollywood, acumulou mais uma indicação, mas sem revertê-la em prêmio. Sandy Dennis, num papel destacado, brilhou intensamente, e levou a estatuera de atriz coadjuvante para casa. Por fim, destaco a participação de George Segal, também indicado ao oscar de coadjuvante, numa interpretação que chega à perfeição, onde, até nos momentos em que aparece em cena calado, transmite com o semblante toda a carga emotiva que o papel exigia. Esses atores citados não são apenas intérprétes, são também professores. Veja e confira.
Segundo recomendações do autor do texto, Edward Albee, o filme deveria ter sido estrelado por Bette Davis e James Stewart, devido a idade original do casal. De fato, Liz Taylor aparenta muito menos idade que o papel exige, mas, enfim, tanto ela como o grande Richard Burton se saíram muito bem no desafio, principalmente Sir Burton, um dos grandes atores do cinema de todos os tempos.
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