"Planeta dos Macacos: O Reinado Honra o legado de Caesar e traz novos ares para a franquia. "
Em 2011, a franquia ‘Planeta dos Macacos’ foi revivida e nos presenteou uma trilogia beirando a perfeição, acompanhando a jornada do personagem Caesar. Esses filmes foram um grande sucesso tanto de público como de crítica. Diante disso, decidiram fazer uma continuação que se passa séculos após os eventos do último longa, introduzindo novos personagens, mas honrando o legado deixado por Caesar e as obras anteriores.
Qual a História de Planeta dos Macacos: O Reinado?
Situando-se em um futuro distante após os eventos de Guerra pelo Planeta dos Macacos de 2017. Com muitas sociedades de macacos surgindo, a divisão entre eles é evidente: alguns desconhecem completamente os feitos de Caesar, enquanto outros distorcem seus ensinamentos para construir impérios poderosos. Neste novo mundo, um líder macaco busca escravizar outros grupos para adquirir tecnologia humana, desencadeando uma luta pelo poder e sobrevivência. Enquanto isso, um jovem macaco testemunha a captura de seu clã e inicia uma jornada em busca da liberdade. No entanto, é uma jovem humana que se torna a chave para os destinos entrelaçados dessas diferentes facções. Planeta dos Macacos: O Reinado fala em questões de poder, liberdade e coexistência, enquanto os primatas evoluídos e os humanos lutam para encontrar seu lugar em um mundo pós-apocalíptico onde os segredos do passado podem determinar o futuro de todos.
O filme começa nos apresentando o Clã Águia, de onde o personagem principal faz parte, e nos mostra como é a sociedade dos macacos, suas regras e costumes. Isso é feito de forma muito eficaz, pois nos permite conhecer um pouco sobre esses novos personagens e compreender sua essência. Após a introdução do Clã Águia, vemos que o mundo está dividido entre várias tribos, e uma delas invade o grupo no qual o protagonista faz parte, capturando a família dele. A partir desse ponto, Noa(interpretado por Owen Teague) parte em busca de sua família, dando início à sua jornada.
Durante sua aventura, Noa encontra dois personagens que se tornam seus aliados: Mae (interpretada por Freya Allan) e Raka (interpretado por Peter Macon). Raka é um personagem intrigante, o último macaco da ordem de Caesar, que segue os ideais e dogmas deixados por ele. Raka desempenha um papel fundamental na jornada do protagonista, transmitindo informações sobre Caesar, seu legado e seus ensinamentos. Raka assume um papel de mentor para o personagem principal, sendo um macaco sábio que compartilha seu conhecimento.
Mae também é uma personagem interessante. Conforme a trama avança, exploramos o mundo além do Clã Águia e percebemos que poucos humanos sobreviveram. No entanto, o desenvolvimento da humanidade é limitado no filme, sugerindo que isso pode ser melhor explorado em uma possível continuação. Mae desempenha um papel crucial na narrativa ao ser fundamental para a jornada e amadurecimento de Noa. Ela está sendo caçada pelo clã de Proximus Caesar( interpretado por Kevin Durand), pois é a chave para que ele alcance seus objetivos.
O antagonista do Filme homenageia Caesar, mas distorce seus ensinamentos em busca de poder e dominação, tornando-se assim um vilão tirânico e uma grande ameaça.
O final do longa parece um pouco apressado, deixando algumas questões em aberto e apresentando uma resolução meio rápida.
O arco narrativo de Noa é bem desenvolvido, sua jornada e relacionamento com Mae o levam a amadurecer e aprender muito ao longo do filme. No final, ele está significativamente diferente do que era no início, sugerindo que pode haver uma continuação de sua jornada. Embora Noa seja um bom personagem, ele não alcança o mesmo patamar grandioso que Caesar. Talvez, com as sequências, ele possa se tornar tão impactante quanto o protagonista dos Longas anteriores.
O filme se passa em um futuro distópico, onde um vírus devastou a Terra, resultando na morte da maioria dos humanos. Os cenários são muito bem elaborados e construídos, transmitindo a devastação do planeta e a escassez de vida. Neste vasto universo pós-apocalíptico, há pouca presença de civilizações humanas, sendo os macacos a espécie dominante.
A iluminação é muito bem feita, contribuindo significativamente para a ambientação do filme e proporcionando uma compreensão visual do mundo retratado. Dado que a maioria das cenas ocorre em ambientes externos, é predominante o uso de luz dura. Durante as cenas diurnas, a iluminação natural do sol é aproveitada, enquanto durante as cenas noturnas, o fogo, as fogueiras e as tochas são utilizados, evidenciando a ausência de recursos modernos para os macacos e reforçando sua condição de vida primitiva.
Os enquadramentos são cuidadosamente selecionados, alinhando-se com as necessidades narrativas. Como o cenário desempenha um papel crucial na contextualização do mundo, os planos gerais são frequentemente empregados para transmitir a vastidão e grandiosidade desse ambiente, destacando sua importância. Além disso, nos momentos de movimento, os planos gerais são adotados para mostrar a ação e enfatizar a interação dos personagens com o cenário e demonstrar como eles se inserem nesse contexto. Por outro lado, os planos fechados são reservados para diálogos e para capturar as expressões faciais dos personagens, transmitindo seus sentimentos de maneira eficaz.
Os efeitos especiais são incríveis, levando o espectador a acreditar que os macacos são reais. A criação dos macacos para a tela é extremamente bem-feita, repleta de detalhes. Nos planos fechados, conseguimos ver nitidamente os rostos dos macacos, e é impressionante a atenção aos detalhes, que torna crível a aparência deles, fazendo-nos realmente pensar que estamos vendo um macaco em cena, e não apenas um ator por meio de captura de movimento.
A montagem consegue proporcionar linearidade, além de contribuir para um ritmo adequado. No início, o ritmo pode ser um pouco lento devido à necessidade de apresentar os novos personagens e situar a situação do mundo várias gerações após a morte de Caesar. No entanto, conforme o filme avança, a montagem encontra o ritmo ideal. Os cortes são feitos nos momentos certos, mostrando com clareza os acontecimentos, e geralmente mantendo uma continuidade visual entre eles.
Os efeitos sonoros desempenham um papel importante, pois ajudam a contextualizar o mundo do filme e a criar uma atmosfera imersiva. Dado que o longa se passa em ambientes naturais em vez de grandes cidades, são empregados diversos sons da natureza para estabelecer a ambientação.
A trilha sonora complementa de forma eficaz as imagens na tela, sendo utilizada de maneira inteligente. Em momentos de maior tensão e perigo, uma música tensa é utilizada para intensificar a cena. Em momentos mais emocionais, uma música mais melancólica é empregada. A trilha sonora complementa perfeitamente o que está ocorrendo na tela, estabelecendo uma conexão significativa com a narrativa.
A maioria dos atores está envolvida na captura de movimentos, e suas performances são boas ao nos apresentar os sentimentos, reações e motivações dos macacos. A atriz Freya Allan é uma das poucas que não está envolvida nesse processo. Mesmo assim, ela oferece uma performance sólida, retratando com precisão sua personagem e sua luta pela sobrevivência em um mundo dominado por macacos.
O diretor do filme é Wes Ball, conhecido por sua direção na trilogia Maze Runner, ele se sente bem a vontade em fazer longas do gênero de ficção científica ambientados em futuros distópicos. Sua direção é eficaz, proporcionando uma visão detalhada do mundo várias gerações após a morte de Caesar. Ele consegue manter o que foi estabelecido nos filmes anteriores da franquia, ao mesmo tempo em que introduz elementos novos, resultando em uma obra visualmente impressionante.
Planeta dos Macacos: O Reinado é um filme muito bom, que honra os longas anteriores enquanto introduz elementos novos de forma eficaz. Ele se destaca como um primeiro capítulo de uma nova trilogia, o que parece ser o plano para a franquia.