Apesar de ser uma comédia romântica com uma trama um tanto boba, Ricos de Amor, filme dirigido e co-escrito por Bruno Garotti, faz uma discussão muito interessante a respeito de um tema que entrou em moda nos últimos anos: a meritocracia. No filme, acompanhamos a história de Teto (Danilo Mesquita), que, aos 20 anos, é herdeiro de uma bem-sucedida fábrica de extrato de tomate, e que está sendo preparado pelo pai (Ernani Moraes) para a sucessão nos negócios da família.
A questão é que Teto não quer ver o seu caminho profissional ser determinado pelo fato dele ser filho de quem é. Ele deseja ser valorizado ou reconhecido pelos seus talentos e pelas suas capacidades profissionais. Por isso, quando ele se candidata a uma das vagas de executivo junior da empresa do pai, ele assume uma identidade diferente, a do amigo Igor (Jaffar Bambirra), o qual, por sua vez, se apresenta a todos, no decorrer do mesmo processo, como Teto.
A brincadeira entre Teto e Igor, ao mesmo tempo, é um reflexo da personalidade do herdeiro. Teto é imaturo, só quer saber de festas, diversão e mulheres. A proposta que ele faz a Igor envolve justamente algo que o amigo o fala: o de que, para Teto, é fácil conseguir as coisas, por ele ser quem é. Por isso mesmo, o que acompanhamos em Ricos de Amor acaba sendo a tentativa de Teto de conseguir conquistas pessoais pelo seu próprio mérito, e isso envolve também o seu relacionamento com a estudante de medicina Paula (Giovanna Lancellotti).
Como disse no início dessa resenha crítica, Ricos de Amor é um daqueles filmes que você assiste de uma maneira descompromissada, por ele ser muito leve. Entretanto, a obra tem um carisma bem peculiar. Acompanhar a transformação de Teto, mesmo pelos caminhos bastante previsíveis que o roteiro segue, é uma experiência bem legal. Quando o filme termina, tem-se a certeza de que, agora, Teto sabe quem ele é de verdade, quais são as suas aspirações e aquilo que o faz feliz.