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    Ricos de Amor
    Críticas AdoroCinema
    2,0
    Fraco
    Ricos de Amor

    Mais comédia que romance

    por Barbara Demerov

    Algumas comédias originais Netflix, tais como Modo AviãoO Date Perfeito e Para Todos os Garotos que já Amei, possuem um modelo que dá bastante destaque a acontecimentos que a maioria pode classificar como "clichês", seja com relação a alguns personagens ou certos desdobramentos da trama. Mas, nestes exemplos, tais narrativas funcionam especialmente porque estão diante do acerto na escolha do elenco - de Larissa ManoelaLana Condor - e de tramas que são diretas no que querem dizer.

    No caso de Ricos de AmorGiovanna Lancelotti se encaixa como o ponto mais alto da produção nacional. Porém, não é o mesmo caso quando observamos o roteiro desta comédia romântica. Ao inserir inúmeras tramas paralelas ao romance principal de Paula (Lancelotti) e Teto (Danilo Mesquita), o filme dirigido por Bruno Garotti (Cinderela Pop) quer falar de muitos assuntos ao mesmo tempo: a escolha entre seguir os mesmos passos de um pai rico ou criar seu próprio destino, o abuso do chefe de Paula no hospital onde trabalha, uma aposta entre Teto e seu amigo Igor (Jaffar Bambirra) e romances adjacentes.

    Filme possui par romântico carismático mas prioriza o humor

    Com isso, a verdadeira mensagem do novo filme Netflix - o desenvolvimento interno de Teto a partir de quando passa a agir como um garoto "comum" e não apenas um playboy milionário - é deixado de lado com tantos temas abordados no mesmo enredo. É justo dizer que a dinâmica entre Teto e Paula funciona e cria uma evolução plausível para ambos os personagens, e de certa forma também fortalece todo o entorno, mas ainda assim nem tudo soa natural.

    Boa parte da ausência de naturalidade em diálogos e situações-chave (como a descoberta de Paula sobre Teto ou tudo o que envolve a troca de nomes entre o protagonista e Igor) se dá por conta dos efeitos da montagem, que sempre é entrecortada abruptamente. Uma vez que o roteiro une diferentes tramas para abordar assuntos atuais e que conversem com o protagonista, isso é feito de forma novelesca, pois apresenta, desenvolve e soluciona os problemas de Teto com uma facilidade questionável.

    Há também um certo estilo de "esquetes" cômicas que não adicionam muita seriedade em um filme de ficção - ainda mais quando se trata de um romance contemporâneo. Não temos muito tempo para nos aproximar do casal principal da mesma forma que acontece em Todos os Garotos, por exemplo, pois em Ricos de Amor há uma preocupação maior do diretor em exibir a pluralidade e a gama de personagens em cena. Por querer extrair o máximo de todo o elenco - e, por consequência, garantir mais momentos de comédia -, dentro da balança entre humor e romance, o filme pesa mais para a primeira opção, dando menos espaço para o casal principal brilhar.

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