EXCELENTE opção para se assistir no DIA INTERNACIONAL DA MULHER (disponível HBO).
Um núcleo social utópico para os homens e distópico para as mulheres, eternamente ancorado na década de 1950, onde os papéis de gênero homem/mulher eram rígidos e os padrões de conduta (e até de vestuário) muito claros e muito explícitos.
Não por acaso as denominações neopentecostais adotam padrão estético de postura e vestimentas deste período, torando-o quase atemporal... Nunca a distância entre os sexos foi tão demarcada e as limitações à militância e empoderamento feminino tão claras! Estávamos então vivendo o pós-guerra, onde, nas potências envolvidas no conflito, muitas mulheres haviam tido de ocupar posições anteriormente tipicamente masculinas (mecânicas, motoristas de ônibus, frentistas, etc) e, para "normalizar" a sociedade, retornando ao status quo anterior ao conflito, surge o "new look" ("novo" só no nome) com as saias godê e balonê, infladas por várias anáguas (lembrando o visual de meados do séc. XIX), salto agulha, cintas, corpetes... Tudo o que impossibilitasse ou dificultasse os movimentos e a liberação feminina!
Pois bem, com o desenrolar do filme vamos percebendo, em doses homeopáticas, que tudo isso é realidade virtual, criada por homens fracos/frágeis que, em sendo completamente fracassados no mundo real, geraram este "mundo paralelo" para, não apenas aprisionarem e controlarem suas mulheres, mas também para aparecerem com "super-homens", sendo inclusive "embelezados" e "glamourisados", tornando-se machos alfa, provedores e defensores, o que nunca foram!