"Dr. T e as mulheres" é, acima de tudo, um filme estranho. Ao longo de sua carreira, Robert Altman se acostumou em apresentar em seus filmes os mais diversos tipos de personagens, alguns até mesmo beirando o estereótipo. Quando Altman acerta a mão temos filmes ótimos, como "O jogador" e "A fortuna de Cookie". Mas infelizmente não é isto que ocorre em "Dr. T e as mulheres". Os tais personagens estão todos ali, bem visíveis ao grande público. É a esposa meio amalucada, a cunhada alcóolatra, a filha fútil, a outra filha ciumenta e politizada, as clientes apaixonadas pelo Dr. T... Porém, falta algo que tempere a história com algo que atraia o espectador e faça com que todas estas personagens interajam bem em cena, o que não acontece. A impressão que temos é que cada uma delas é uma entidade separada, que nada tem a ver com a outra. Tirando as duas filhas do Dr. T, pouco há de contato entre as mulheres do filme, elas parecem existir apenas para girar em torno do Dr. T. Mas ainda assim "Dr. T e as mulheres" consegue ser um filme razoável até bem perto de seu final, que é quando tudo desanda de vez. O filme toma rumos inesperados e cada vez mais estranhos, com a única explicação possível para o ocorrido precisando ser feita através de muito sentido figurado. De qualquer forma, trata-se de um filme bem abaixo do que Altman pode oferecer ao público cinéfilo, que sempre aguarda por seus novos filmes.