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@cinemacrica
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2,5
Enviada em 20 de maio de 2021
(Insta: @cinemacrica): A beleza do amor materno, que flui de forma orgânica, é sacudido pela inserção do elemento da adoção. Não há dúvidas de que a mãe adotiva, Satoko, nutre um sentimento sincero pela criança de agora 6 anos. Entretanto, seria essa devoção legítima o suficiente para preservar a inércia da criação de investidas como o retorno da mãe biológica arrependida? O embate dessa duplicidade amorosa tem nas mãos da diretora Naomi Kawase uma abordagem serena. O desvínculo biológico não é objetificado como ruído desagradável, mas um fato a partir do qual são apresentadas duas histórias de vida. Kawase segue a cartilha de um lirismo regido pela natureza. A transição de episódios frequentemente recorre a planos que evocam elementos da natureza como as ondas do mar e o voo de gaivotas. Esses elementos sintonizam com o teor dos momentos vividos pelos personagens: a esperança do casal adotivo é sequenciada pelo casal de pássaros, o desespero da mãe biológica tem como continuidade a poesia do cair da noite. Apesar de belos, a riqueza dos detalhes, sejam da natureza ou da narrativa, tornam-se demasiadamente mecânicos quando repetidos ou alongados excessivamente. A opção de buscar a empatia da audiência vai claramente pela via de tangibilizar minuciosamente o passado das duas mães. Contudo, as explicações valem-se do simples encadeamento de fatos e não necessariamente do aporte de sentimentos. Um dos poucos episódios funcionais é a tratativa que Satoko tem ao ser notificada de que o filho poderia ter agredido um colega na escola. A mãe se compadece e estabelece uma relação íntima de busca de entendimento com a criança. Passado isso, o que mais se observa, contudo, é a evolução extensa do passado traumático à situação presente das duas mulheres. Esse generoso intervalo temporal abarca passagens paralelas como dificuldades econômicas, frustrações amorosas, entre outros. Infelizmente, boa parte disso não converge para a resolução do conflito proposto. Inegavelmente bonito, mas improdutivo em elevar a temática para outro nível.
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