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    O Halloween do Hubie
    Críticas AdoroCinema
    1,5
    Ruim
    O Halloween do Hubie

    Comédia sem brilho

    por Barbara Demerov

    Ao observar o elenco que compõe a comédia O Halloween do Hubie, da Netflix, ter certa expectativa não é algo tão difícil. Afinal, além do protagonismo de Adam Sandler, temos as participações de Ray Liotta, Steve Buscemi, Maya RudolphJulie Bowen e Rob Schneider; um verdadeiro time de peso dentro do gênero. Porém, o resultado visto em tela não se aproxima do aproveitamento destes nomes conhecidos, mas sim em uma combinação muito confusa e que não entrega a dose cômica tão esperada.

    Sandler, como o esperado, mergulha em um personagem cômico e cheio de características peculiares -- não só fisicamente como também no modo de falar. Hubie não é um homem tão querido em sua comunidade de Salem, mas nunca perde o bom humor ou a inocência em seu modo de levar as coisas. Porém, pouco adianta ver a dedicação do ator, uma vez que Hubie é caricato e seu passado é trabalhado de forma rasa, artificial.

    Comédia da Netflix não entrega o humor necessário para que a experiência seja de fato divertida

    O que o espectador vê durante O Halloween do Hubie é apenas o seguimento do dia anterior ao Dia das Bruxas e a noite de festividades em si; fator este que limita não só o olhar sob os personagens apresentados como também o panorama da história. Ao mesmo tempo em que ela se passa em um curto espaço de tempo, o filme procura inserir as razões pelas quais Hubie é feito de piada pela comunidade e a sua paixão (não tão) secreta por Violet Valentine (Bowen), nutrida desde o colégio.

    E tais razões são apresentadas de forma artificial, como se fossem apenas "jogadas" à narrativa para construir o mínimo de conflito e aventura. Poucas informações fazem sentido dentro do contexto do filme -- uma história puramente cômica inserida no Halloween --, e até mesmo as que fazem não entregam a dose de humor necessária para que a experiência seja de fato divertida. A impressão que persiste do início ao fim é a de que o filme se enquadra mais como uma junção de diversas esquetes de humor do que uma história completa.

    A simpatia e o talento de Adam Sandler vão se apagando lentamente diante de um personagem repleto de clichês -- como a mãe protetora, o fato dele não ter tido nenhum relacionamento amoroso na vida e ser ridicularizado por todos sem motivo aparente. São clichês que, em pleno 2020, não funcionam tanto e soam fragmentados dentro de um escopo impreciso, até mesmo dentro de um filme feito para se encaixar nestes moldes informais. Não é como se este estilo de humor esteja datado ou algo do tipo, mas, assistindo a O Halloween do Hubie, o pensamento de que o brilho do gênero pode ter se perdido no tempo surge em não só um, mas vários momentos embaraçosos.

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