Um filme lançado na Rússia, sob a direção de Julius Berg, sobre um grupo de amigos, na década de 1990. Os amigos, Terry, Nathan e Mary (casal) e Gaz, estão com problemas financeiros e perdidos na vida. Iniciam o filme utilizando drogas como fuga da realidade e sem perspectiva de melhorias. Nesse cenário, resolvem usar as informações do filho da governanta, Terry (Andrew Ellis), para invadir uma casa de idosos, os Dr. Huggins: um médico e Ellen, sua esposa, uma enfermeira aposentada com problemas de memória. Ocorre que o furto, que virou um roubo sangrento, foi mal planejado pelos jovens e tomou proporções nada esperadas. O casal de idosos não era nada convencional e resistiu até o fim na liberação do código do cofre, que, na ideia dos jovens, estaria ali uma vultuosa quantia de dinheiro. Os ladrões se desentendem entre si, passam a se atacar, entre outros problemas entre eles que se levantam ao longo do filme. Ao final, o segredo do casal que arrisca a própria vida para guardar a senha do cofre se revela, mas longe de resolver o problema financeiro dos jovens aspirantes a ladrão. O filme mostra a ansiedade típica de jovens cansados de tentar ganhar dinheiro em vão na vida, que arriscam tudo por uma chance malsucedida.
Sobre esse contexto dos jovens, podemos usar a referência do sociólogo francês Émile Durkheim, visto em Filosofia da Religião, em que define a anomia como a ausência ou desintegração das normas sociais. O conceito surgiu com o objetivo de descrever as patologias sociais da sociedade ocidental moderna, racionalista e individualista. O cenário dos jovens, perdidos e sedentos por dinheiro rápido a qualquer custo, reflete justamente o que orientou as suas ações, uma vez que na sociedade moderna os sujeitos deixam de ter a sociedade como referência e agem baseados em seus interesses, anomicamente
Meu aprendizado foi vivenciar o sentimento dos jovens, que pode ter correspondência com o que é descrito pelo francês Émile Durkheim e como a religião coopera para garantir a harmonia da inevitável desintegração dos morais da sociedade, sem a preservação da cultura da fé. A falta de perspectivas dos jovens, em contraste de gerações com os idosos do filme me fez refletir o que prega a disciplina da filosofia da religião, uma vez que, compreender o outro, como ele se relaciona com o mundo religioso é entendermos a nós mesmos.