Trapaceiros: Recentes críticas

Se comparar o desenvolvimento do filme com o túnel dos crooks, diria que é exatamente igual. Começa bem, parece que está dando certo, mas acaba na loja de ferragens.

-Filme assistido em 24 de Fevereiro de 2016
-Nota 5/10

Outra comédia,com as mesmas marcas registradas de Woody Allen.Um casal em conflito,amigos desastrados e algum sonho em comum.
Da parte do casal,temos Ray (Woody),Frenchy (Tracey Ullman).Os amigos,Danny (Michael Rapaport) e Tommy (Tony Darrow).O sonho,conseguir ganhar dinheiro de uma forma fácil.Pois bem,o filme pode ser resumido pela própria sinopse.São poucos momentos interessantes nesse filme.Bem parecido com outros títulos de Allen.

Filme leve e descontraído sobre trapaceiro trapalhão e sua esposa que é ótima em fazer bolinhos. Por acaso, os bolinhos fazem sucesso e ficam milionários, mas sem estrutura para lidar com isso. Boa diversão.

Nesta comédia Woody Allen utiliza um humor em que facilmente daremos risadas, mas apresenta um desenvolvimento morno.
Ray Winkler (Woody Allen) é um ladrão, ex-presidiário que atualmente trabalha lavando pratos em um restaurante. Ele não se sente feliz e vive planejando uma volta aos velhos trabalhos. Com a ajuda de amigos da antiga profissão resolve realizar um assalto a um banco. Para isso resolve alugar um comércio onde era uma pizzaria que faliu e transformá-la em uma loja de biscoitos. Ray é praticamente sustentado pela sua esposa Frenchy (Tracey Ullman). Quando começam seus trabalhos de escavação, eles só não contavam que Frenchy faria tanto sucesso com seus biscoitos e que eles não são tão inteligentes como pensam.
O personagem de Allen é engraçado e realiza as cenas mais engraçadas do filme. Por exemplo, o começo e o fim são momentos altos do filme. As trapalhadas são típicas de cinema, mas que não perdem a graça, principalmente na figura do cineasta. O problema do filme é justamente o que separa o começo do fim, pois o filme deixa de ser uma comédia tão divertida para entrar numa comédia mais fria e que não nos remete a cenas engraçadas. Allen passa a explorar o rumo que a vida de seus protagonistas tomou e procura mostrar que por mais que você seja rico, o importante é ser você mesmo. O dinheiro não é sinônimo para entrar na alta sociedade, até porque parece que os seus “amigos” da classe alta só estão interessados em sugá-los.
Há planos muito bonitos, como o sol se pondo enquanto Ray conversa com Frenchy. Há indicações do que está por vir com planos que mostram, por exemplo, como os biscoitos são gostosos. É interessante traçar um paralelo entre a decoração quando eles não possuíam dinheiro e quando eles passam a ter, pois o que muda é somente as alegorias que o dinheiro pode trazer. Woody Allen usa merchandising, o que nunca vi utilizar em seus filmes. Por exemplo, em certo momento do filme ele diz que quer uma Pepsi e em outro fala de um walkman da Sony. Não consigo ver qualquer fundamento para ele colocar esses elementos no filme a não ser por um maior investimento.
Em um filme morno que parece ser muito engraçado, mas que se perde em seu desenvolvimento. Parece que Allen volta no tempo de suas comédias malucas para depois em seguida tentar realizar um filme com mais conteúdo. Não foi uma fórmula correta, mas vale à pena assistir nem que seja uma vez, pois não é um filme qualquer e sim de Woody Allen.

O filme faz rir, isso faz e muito. Contudo, o roteiro ficou meio vazio. De uma hora para outra os amigos somem do mapa e o desfecho é muito abrupto, saindo do nada. Concordo que é um filme bem irregular, Woody Allen sabe escrever melhor. Dou oito pelo timing cômico de Woody, afinal o fime tinha cenas hilárias.

Woody Allen deixou de lado suas neuroses e voltou às suas origens ao fazer um filme simplesmente divertido, sem analisar relacionamentos, religião ou quaisquer outro tema recorrente de sua carreira. E diversão é o que mais há em "Trapaceiros". Há a inversão de papel de Allen - que geralmente vive intelectuais e agora faz um personagem sarcasticamente chamado de "Cérebro" -, a ótima atuação de Tracey Ullman e ainda um bom grupo de coadjuvantes, onde merecem destaque Michael Rapaport e Elaine May. Mas quem realmente consegue roubar a cena é Tracey Ullman, que passa por uma verdadeira metamorfose de atuação no decorrer do filme, à medida que sua personagem vai se tornando mais refinada - reparem na mudança do timbre de voz. No geral, um filme bastante divertido e que merece ser assistido.