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Ricardo L.
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2.766 críticas
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4,0
Enviada em 7 de abril de 2021
Um filme corajoso e forte. roteiro ótimo, apesar do ritmo lento, que atrapalha em certos momentos, pois necessitava de energia para as atuações. Um filme que expressa bem a dor de quem falhou e as mazelas de quem a acompanha. Muito bom
É um filme forte, a ideia inicial pode parecer simples e cansativa.
Quantos filmes existem de adolescentes que ficam grávidas?
O diferencial, sem dar spoiler é quem a engravidou, resposta que permanece mesmo após o final do longa metragem. Um erro.
Muitos diretores e roteiristas "modernos" gostam desse final enigmático, eu odeio.
Apesar que durante a entrevista da protagonista na clínica de aborto, na qual o título do filme aparece, a atriz sem falar, apenas com sua interpretação deixa meio claro essa resposta.
É difícil me sentir desconfortável com algo exibido em um filme, nesse eu fiquei por duas vezes.
A atriz Sidney Flanigan , faz uma bela interpretação e dá vida e sombras a personagem principal.
Um filme necessário, para um tabu que tem caído por terra em alguns países e ainda persiste em ser escondido por muitos.
Roteiro, edição, conseguem te deixar pregado na tela, esperando o desfecho.
Uma adolescente de um pequeno condado rural da Pensilvânia descobre estar grávida e procura assistência médica em Nova York, com a ajuda da prima.
um drama que nos faz entrar na história de cabeça, principalmente por ser uma coisa que acontece no cotidiano de muitas mulheres principalmente adolescentes, prendeu muito minha atenção
aborto é sem dúvidas um dos pontos de grandes discussões nos tempos de hoje,ainda mais em uma sociedade onde cada vez mais é comum presenciar adolescentes grávidas.Em Never Rarely Sometimes Always esse tema é trabalhado pela ótica feminina da diretora Eliza Hittman que entrega uma trama minimalista e sem ser expositiva.
A protagonista aqui vivida pela Sidney Flanigan - É bom anotar esse nome - É uma jovem de 17 anos reprimida pelo machismo e pela violência sofrida durante a sua vida.A diretora frisa esse repressão da personagem com alguns planos longos e planos fechados no rosto da atriz que sempre parece distante,dispersa do mundo.É uma atuação poderosa simplesmente por ela demonstrar toda esse sentimento a base dos seus expressivos olhares e na sua personalidade fechada que não fala muito.
Há pelo menos duas cenas onde podemos perceber o peso em cima de uma jovem de 17 anos,a primeira delas é a cena onde ela recebe a notícia de que está grávida.Nela a personagem quase chora ao receber a notícia,por ter certeza de que talvez sua vida esteja se desmoronando,e a segunda é justamente onde ela desmorona em lágrimas quando perguntada pela médica se já sofreu algum tipo de agressão.É uma cena verdadeiramente poderosa por ser nítido o desespero no olhar da Autumm que durante todo o filme falava pouco e demonstrava ser extremamente reclusa graças ao machismo escancarado.
Gostei bastante também da manipulação que a diretora entrega aqui,nada é explícito,em nenhum momento nem o roteiro - Que é escrito pela Eliza - e nem a direção propõe diálogos expositivos,é voltado mais pela representação das imagens,ela falam por sí só nesse filme,momentos como o do pai da garota com a cachorrinha já mostra bem o tipo de machismo vivido pela protagonista.
A figura masculina aqui é completamente oposta à feminina,todos os homens que aparecem aqui são seres repugnantes,o pai da Autumm,o homem no metrô e até o cara que ajuda as duas garotas são aproveitadores ordinários,isso por um lado é bastante positivo por expor essa repressão machista mas acaba por trazer uma visão generalizada demais (O Que não é necessariamente um grande problema aqui).
Never Rarely Sometimes Always é o melhor filme lançado este ano até aqui,a diretora Eliza Hittman aposta em uma narrativa minimalista sem ser óbvia demais para nos mostrar uma difícil jornada de uma jovem reprimida pelo machismo,a atuação da Sidney Flanigan enriquece ainda mais a personagem que de fato parece uma adolescente perdida num limbo.
(Insta: @cinemacrica) - Não é preciso de muito recurso para conceber obras memoráveis. Seja na produção nitidamente enxuta ou na unidade estilística intimista-minimalista, o talento da diretora Eliza Hittman transpõe restrições ou escolhas artísticas que poderiam conter o resultado a algo modesto. A direção exercida, mesmo que para a trivial narrativa da gravidez na adolescência, presenteia-nos com uma experiência de rara sensibilidade. Por meio de sucessivos close-ups, acompanha-se a trajetória da jovem Autumn que lida com uma gravidez indesejada. O que poderia soar como o "mais do mesmo" logo é substituído por um genuíno envolvimento emocional. O recurso adotado de forma brilhante é o de não impor o entendimento dos fatos, mas deixar o drama inerente a essa problemática fluir naturalmente e apresentar-se por si só. Em outras palavras, troca-se a demonstração explícita pelas conclusões dos atos em curso. A protagonista não precisa dizer ou justificar à prima que cogita o aborto, ao invés disso, há um olhar íntimo para um processo que se constrói gradualmente de modo que se conclua qual é a inclinicação da personagem: não se diz que vai até uma clínica de aborto pelo fato de não desejar ser mãe, a ida a tal clínica simplesmente acontece e o processo é enriquecido não com esclarecimentos, mas com toda a carga emocional intríseca a essa marcha controversa. Daí, por exemplo, conclui-se também que pai e mãe não são amparos possíveis, já que a companhia escolhida é a prima. Desse deslocamento expositivo, nas mãos de Hittman, emerge uma aproximação emocional e compartilhamento de dor poderosos. A cronologia do filme preenche pouquíssimos dias, mas isso é o suficiente para quem consegue absorver com tanta riqueza boa parte dos elementos presentes numa decisão do gênero. O verbo cede lugar ao sentimento numa ampliação do sofrimento que, em execuções medianas, enveredariam para tramas paralelas. Aqui não é o caso. Toda pequena etapa desse curto processo tem sua emoção particular pinçada e exposta com sensibilidade. Tenho como exemplo preferido a cena onde Autumn responde ao questionário de antecedentes para a cirurgia. Impossível não se emocionar: simples, sincero e esclarecedor.
Surpreendente como as palavras não fazem falta. A relação entre as personagens, seus sentimentos, valores e a forma como se colocam na sociedade vão se desenhando em cenas que parecem despretensiosas. O filme trata com sagacidade de temas como família, cumplicidade, abuso, aborto, machismo, apresentando-os de forma latente até deixa-los escancarados. E, como se fosse um documentário, ele não interfere no mundo que retrata. Não deixa uma mensagem de otimismo, não condena o que pode parecer errado ou nocivo e nem ampara os sentimentos do espectador. Audacioso, sensível e forte. Adorei!
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