Minhas Férias com Patrick: Críticas

Um pouco engraçado e um bom entrosamento entre a protagonista e o jumento/burro alem de fala sobre traição

(Insta: @cinemacrica) - Os planos de verão de Antoinette são frustrados quando seu amante decide passar os dias com a família. A índole despachada da professora infantil projeta-se de forma explícita quando o aparente revés é superado pelo desejo de viajar para o mesmo lugar do amado. Portanto, a presença da mulher, filhos e eventuais constrangimentos não são contabilizados pela personagem que claramente não tem afinidade com ponderações tradicionais entre razão e emoção.
A identidade do filme tem claro viés cômico, apesar do romance como pano de fundo. O que tem bom esboço inicial, logo se definha para uma resolução convencional. A excêntrica educadora, inicialmente, tem os atributos não ortodoxos evidenciados de forma criativa: antes de uma apresentação musical para os pais, ela troca de roupa sem pudor no fundo da sala sob o olhar das crianças. A apresentação, inclusive, foge dos protocolos e é influenciada por sua irreverência. Contudo, abandonado o contexto introdutório e ingressando na jornada amorosa, a queda de inventividade é severa, relegando o conteúdo a nada além do convencional.
O que antes era sutil, agora torna-se não criativo e apelativo: a excentricidade cede lugar a trechos cômicos batidos como a protagonista encontrando dificuldades para se deslocar com uma mala excessivamente rosa em meio a mata. E é nesse ambiente bucólico que Antoinette conhece Patrick, o jumento com o qual percorrerá trilhas no interior da França em busca do seu amante. Existe a busca por construir um afeto paralelo entre mulher e animal, mas o longa não é muito competente em tornar esse laço sensível. Além de estabelecer um elo emocional pouco comovente, o humor potencial que poderia resultar dessa interação resume-se ao animal relinchando.
Fraco na comédia, desinteressante no amor.