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    A Barraca do Beijo 2
    Críticas AdoroCinema
    3,0
    Legal
    A Barraca do Beijo 2

    Comédia mais madura

    por Barbara Demerov

    Se em Barraca do Beijo a história de Elle foi moldada boa parte do tempo pelos homens que a cercavam e lhe diziam qual o melhor caminho a seguir, a aguardada continuação traz a protagonista com mais presença e segura de si. Isso é ótimo, visto que Joey King já havia interpretado Elle com bastante carisma - qualidade que só aumenta a capacidade do público em se encantar e torcer pela garota. Barraca do Beijo 2 expõe as inseguranças no relacionamento à distância entre Elle e Noah (Jacob Elordi), mas ainda assim é possível notar uma evolução em todo o contexto no qual a jovem se encontra - e até mesmo dos personagens que a cercam.

    Além de a narrativa ser mais fluida, Barraca do Beijo 2 acerta melhor o alvo do entretenimento com situações menos absurdas e um foco maior na maturidade de Elle. Por já conhecermos os demais personagens, é interessante ver que alguns evoluíram bastante - como é o caso de Lee (Joel Courtney). Seu arco propõe uma inversão do que vimos em Barraca do Beijo, já que agora é ele quem se encontra em um relacionamento sério e tem de lidar com a divisão de atenções entre duas pessoas importantes: a melhor amiga de anos e a namorada que tanto ama.

    ELLE GANHA MAIS MATURIDADE E O FILME MESCLA DIVERSÃO COM ESCOLHAS SÉRIAS

    As sub-tramas da continuação permanecem com certo tom infantil, mas elas são menos problemáticas se comparadas ao que foi apresentado anteriormente (como o medo de Elle em assumir o namoro com o irmão do melhor amigo, por exemplo). Há resquícios de preocupação em Elle ser quem os outros esperam que ela seja, mas as doses são menos constrangedoras. No entanto, o maior problema de Barraca do Beijo 2 é alongar demasiadamente a principal questão do filme: Noah traiu ou não traiu sua namorada? Ao expor situações ambíguas pelo olhar de Elle - e que realmente parecem graves -, o filme desenrola discussões que poderiam muito bem ser resolvidas rapidamente. A própria Elle não se dá o devido valor ao guardar para si preocupações que têm bastante fundamento. Ainda que em menor escala, essa característica subserviente incomoda.

    O filme demora a fazer com que Elle se dê conta de que apenas ela pode ser dona da própria vida, mas ao menos isso acontece. O cenário pré-faculdade se encaixa muito bem com as questões internas que a garota precisa resolver - afinal, não se trata apenas de qual faculdade escolher, mas também de como fazer com que isso seja financeiramente possível. Ao mesmo tempo, Elle é claramente influenciada por Noah a escolher Harvard, tirando da reta a faculdade que sonhou a vida toda. Por isso, uma escolha que poderia ser um pouco mais simples acaba se tornando mais um exemplo de como os personagens masculinos afetam Elle profundamente. O lado bom é que a protagonista está mais ciente de que não é necessário mexer todos os pauzinhos de sua vida a favor de uma pessoa de fora (mesmo que ela seja seu namorado).

    Barraca do Beijo 2 mescla escolhas sérias como essa com diversos momentos descontraídos, incluindo um concurso de dança que pode ajudar a protagonista a bancar a faculdade, um novo interesse amoroso e um melhor relacionamento com Rachel (Meganne Young), namorada de Lee. O clima de comédias românticas lançadas no início dos anos 2000 se mantém presente e, junto do talento de Joey King, a experiência diverte por se isentar de formalidades. Mesmo desenvolvendo-se por vias tortas (especialmente no arco de Noah), a principal mensagem do filme é a de que amizades ajudam a equilibrar dificuldades e devem ser tratadas com o mesmo cuidado que uma relação amorosa requer.

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