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Marcelo Vilas Boas
25 críticas
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4,0
Enviada em 22 de dezembro de 2024
Este filme é uma metáfora sobre o estresse e o limite psíquico de cada um em situações extremas. A trama acompanha Ollie, um jovem que acaba de iniciar no emprego de socorrista, e seu colega veterano Gene. Juntos, eles fazem parte de uma equipe de paramédicos que tem uma rotina eletrizante para salvar vidas. A história mantém o foco no caos do dia-a-dia, por isso não aprofunda em detalhes secundários. As representações de santos e imagens religiosas, algo que emana fé, justiça e paz se confrontam com a realidade brutal do serviço de emergência na periferia de Nova York. O intuito do filme é fazer a imersão do espectador, ao ponto de questionar atitudes morais em momentos estressantes. Aos poucos, a rotina caótica, sem limites, começa a interferir nos comportamentos de cada um, resultando em problemas nas relações pessoais e na saúde mental. 14/12/24
Sean Penn e Tye Sheridan brilham em "Asphalt City", exibido em Cannes
A escolha da dupla protagonista foi acertada. A química entre o paramédico sênior (Penn) e o novato (Sheridan) é perceptível. Sean Penn envelheceu como o vinho. Assim como outros veteranos (Redford, Michal Douglas)
O enredo de Asphalt City nos lembra "Vivendo no Limite" do Martin Scorcese. Nesse filme, Nicolas Cage interpreta um paramédico na Nova York dos anos 90, atormentado pelos pacientes que não consegue salvar.
Em Asphalt City, a história é semelhante. O filme é baseado no livro "Black Flies". O livro retrata a história de um jovem que se torna paramédico em Manhattan no início dos anos 90, período no qual drogas, HIV e a violência dominavam NY (o livro Black Flies e o filme de Cage se assemelham na questão do período histórico).
A adaptação Asphalt City, entretanto,opta por retratar a história do paramedico Cross nos dias atuais. Escolha muito acertada, quando se observa o resultado final.
Muitos dos que assistiram ao filme falam que a história é repetitiva. É uma crítica extremamente desmedida. O trajeto diário de Cross na cidade de NY é psicologicamente desgastante. A crítica do filme é clara, NY solucionou muitos problemas, porém as tensões sociais ainda estão lá, e fortes.
O desgaste psicológico dos paramédicos e as consequências às suas famílias é outra questão. A ex-mulher do personagem de Penn alerta Cross: "sou a última mulher dele. Você também escolheu salvar o mundo. Mas tem umas consequências, você vai descobrir". Essa informação não fornecida chega a ser angustiante.
A história segue reta, atendendo pacientes e lidando com problemas. o roteiro da "puxões" muito rapidos que alteram o curso da história. O soco de Penn em um policial, a escolha de Sofia com o bebê HIV positivo.
Cenas perturbadoras também não foram economizadas Não estão em excesso, mas muito bem empregadas. O cachorro no armário, o cadaver na banheira e várias outras. Valeu a pena estar em Cannes.
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