Noite passada em Soro" é um filme muito interessante que expõe muito das referências de Edgar Wright, diretor inglês extremamente autoral e com uma veia cômica muito forte em sua cinematografia, porém, agora vimos um outro lado do seu gosto pela 7 arte, vimos uma influência forte de filmes como "Suspiria" e "Repulsa ao sexo" esse ultimo dirigido por Roman Polanski, cujo sentimentos claras influencias.
Agora falando um pouco do filme, o roteiro é bom, diferente, surpreendente, apesar de ser um pouco repetitivo, principalmente em seu segundo ato, o texto funciona bem, engana o telespectador, constrói críticas dentro de criticas, cria vilões e justificativas, não é nada brilhante ou super profundo, essas construções são rasas, mas funcionam, o terror social e psicológico incomoda, porém o suspense deixa a desejar, Edgar Wright, por não ser um diretor comum, não usa artifícios simples de terror, porém seus artifícios sobrenaturais escolhidos não funcionam tão bem.
A direção é muito boa, ao estilo Gaspar Noé, Tom Ford, Dario Agento, entre outros. temos cores fortes para marcar a violência, o vermelho e o contraste com o azul, as luzes são magistralmente bem usadas, tal qual sua câmera que sempre busca um centrismo pontual, a trilha sonora, como sempre nos trabalhos do Edgar Wright é um show a parte, figurinos e maquiagem estão ótimos também, as duas atrizes principais funcionam muito bem, não só em termos de atuação, mas também em termos fisiológicos, como Darren Aronofsky fez em cisne negro, Edgar Wright formou um cast que faz diversas contraposições entre a inocência, o angelical e o maldoso, vulgar.
."Noite passada em Soro" é sobretudo, um filme a onde Edgar Wright testa, muda seu gênero, seu estilo, mas continua com sua pegada autoral, referenciando clássicos filmes de terror dos anos 60 e 70 com uma temática que mescla as épocas em uma trama envolvente e um direção bem construída.