Não importa o seu papel. Ser mãe ou pai é uma tarefa das mais árduas, que exige a nossa dedicação completa, além de muita paciência, resiliência e sacrifícios. Se isso já é difícil a dois, imagine, então, sozinho (a). O filme "Paternidade", dirigido e co-escrito por Paul Weitz, tem uma trama que aborda uma situação desse tipo, tendo como perspectiva narrativa a visão de um pai solteiro (Kevin Hart), que perdeu a sua parceira (Deborah Ayorinde) um dia após ela dar à luz à filha do casal, Maddy (que será interpretada por Melody Hurd, na fase da infância).
Baseado no livro escrito por e na história real de Matt Logelin, "Paternidade" acompanha os anos de dedicação dele à criação de Maddy, indo aos trancos e barrancos, vivendo um dia de cada vez, na tentativa e no erro, e lidando com os receios, principalmente, da sua sogra Marion (Alfre Woodard). Apesar disso, "Paternidade" acaba não sendo somente uma crônica da vivência de um pai criando sua filha, e sim também o retrato de alguém que se questiona se ele realmente faz um bom trabalho como pai.
Neste ponto, é importante fazermos um adendo para compreender Matt. Após a morte de Liz, fica claro que ele, apesar de ter tocado a sua vida ao lado da filha, e ser o melhor pai que ele pode ser, meio que deixou a sua vida pessoal de lado. Ele abdicou de si mesmo, da sua felicidade como homem, para poder se dedicar por completo àquela que é a razão de todo o seu ser: a filha. Por isso, talvez, os questionamentos que Matt faz e as preocupações que as pessoas ao seu redor possuem com ele.
Ou seja, "Paternidade" é um filme sobre como ser um bom pai, mas, ao mesmo tempo, sobre como aprender também a encontrar a felicidade no ponto de vista pessoal, independente desse papel que Matt exerce. Uma história do cotidiano, que encontra em Paul Weitz o vértice perfeito para traduzir o roteiro em tela. Além de ser uma oportunidade de ouro para Kevin Hart brilhar - uma vez que ele é mais conhecido pelos papeis típicos do gênero daquela comédia mais física.