“Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”. O título do filme dirigido e escrito por Daniel Kwan e Daniel Scheinert é muito condizente com a história que ele nos relata. A protagonista, Evelyn (Michelle Yeoh, favorita ao Oscar 2023 de Melhor Atriz), é uma mulher que se depara com a confusão e o turbilhão de sua vida real, ao mesmo tempo em que se depara com a oportunidade de se aventurar por inúmeros multiversos, onde ela demonstra ter habilidades/conhecimentos completamente diversos do que ela acredita possuir.
Neste sentido, estamos diante de uma dicotomia. Se, no mundo real, Evelyn tem uma vida rotineira, chata, sem emoção; um casamento em crise; uma relação complicada com a filha; um pai doente… No multiverso, ela está sempre envolta de muita adrenalina, ação e se vendo no epicentro de algo que pode ser muito importante, não só para ela, como também para as pessoas que a rodeiam.
Evelyn se vê diante dessas múltiplas realidades por uma simples razão: o desejo que está latente, em cada uma das motivações das personagens de “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”, de fazer com que as coisas voltem a ser como antes. Porém, o que significa isso diante de tudo com o que Evelyn se depara? Se você pudesse transformar a sua vida, você faria isso num piscar de olhos?
Na essência, esta é uma mensagem bonita. Porém, “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo” dilui a sua narrativa numa tentativa de fazer um filme cheio de camadas pop, para uma plateia ávida pelas experiências marcadas pelos eventos fantásticos. É um filme que traz uma roupagem moderna para uma temática tradicional de conciliação e de amor. Pode funcionar para muita gente, mas, comigo, não teve tanto apelo assim…