"Na vastidão da noite" é uma grata surpresa que passa desapercebido do grande público, tá certo que o filme pode incomodar alguns, com seu ritmo lento e temática si-fi, mas o certo é que o longa dirigindo pelo estreante Andrew Patterson É um dos melhores filmes do ano.
Andrew deixa claro a todo instante o seu amor ao pulb e aos si-fi dos anos 30,40,50 e principalmente, seu amor ao rádio, um filme que mistura emoções e sentimentos e consegue deixar o telespectador preso na cadeira, com um plot bem simples -que em momentos até lembra o ótimo "Sinais" do Shyamalan- o filme conta a história de um radialista e uma atendente que captam um sinal estranho, e assim, começa a investigação que é conduzida lentamente, sempre através de monólogos e construções simples mas muito bem elaboradas de cenários, o longa ainda consegue transmitir um terror psicólogo de primeira qualidade através da sua ótima direção que é pouco expositiva e muito inteligente, o diretor não usa recursos simples para dar medo e sim cria uma tensão através do desconhecido, o fato dos "invasores" não terem um forma física definida deixa tudo mais assustador, pois depois nos damos conta que em qualquer momento eles podem estar entre nós.
Outra coisa boa no filme é como pequenas críticas sociais são inseridas de maneira simples ao decorrer da fita, sem precisar dar holofotes ou fazer grande engenharia para expor tal críticas, pois elas vem de forma orgânica e são pesadas da mesma forma.
Voltando a falar da direção, é lindo como o filme consegue centrar seus atos em monólogos o tempo inteiro, para alguns isso pode até parecer chato, mas todos os monólogos são muito bons e o filme é conduzido quase como um podcast mesmo que o uso da imagem seja ótimo, com pouquíssimos cortes, muito planos sequências e transições ousadas de câmera.
Além disso, as atuações são ótimas, o cenário apesar de extremamente simples é ótimo também, o fato de ser uma cidade pequena de interior no início dos anos 50 deixa tudo mais sinistro
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Nem tudo é perfeito, as diversas referências que o longa faz ao decorrer de sua trama me tiram um pouco da tensão, mas mesmo assim, "Na vastidão" da noite é poético, enigmático, divertido e assustador. Nota 8,5/10