O filme carrega consigo o peso de ser a primeira incursão de James Gunn no Universo Cinematográfico da DC, oferecendo um vislumbre de esperança aos fãs da franquia. O enredo não se preocupa em inserir referências ou participações especiais, focando-se inteiramente em uma narrativa de origem bem estruturada e contada, graças à direção habilidosa de Angel Manuel Soto. Este diretor consegue incorporar de forma marcante elementos da rica cultura mexicana, conferindo ao filme um charme singular e uma personalidade marcante.
A trama inicia de maneira promissora, com efeitos visuais de qualidade e uma atmosfera divertida, apresentando a família Reyes como um destaque. Destaca-se a performance de Jaime Reyes, que encarna de forma quase impecável o papel de Besouro Azul, e a estreia de Marquezine em Hollywood, que desempenha o maior papel de sua carreira até o momento. Embora não se destaque pela parte técnica, sua importância para a carreira da atriz é indiscutível, e ela aproveita cada momento em tela, proporcionando uma performance cativante. A diversão é constante até o clímax do filme.
No entanto, é lamentável que o desfecho do filme apresente uma queda abrupta em sua qualidade, diversão e, principalmente, ritmo. Embora ainda contenha boas cenas de ação, a narrativa beira a pieguice, com momentos sem coesão, motivações superficiais dos vilões e um desfecho questionável. Não se percebe um cansaço durante a exibição, mas ao chegar nessa parte, a sensação de desejo de finalização se instaura. O filme parece mudar drasticamente de tom, quase como se fosse uma produção totalmente diferente. 'Besouro Azul' quase atinge o patamar de "bons filmes", mas acaba sendo categorizado como um filme mediano.