A Crônica Francesa: Críticas

Sem dúvidas, Wes Anderson é um realizador com características únicas. Sua forma de fazer filme é sempre trazer o inovador, o inesperado e o nunca antes visto. Sua principal aliada nesse propósito é a fotografia. Seus filmes são belos esteticamente, fazendo de cada take um vislumbre. E não é só beleza, a preocupação com o que está sendo mostrado em tela também é cirurgica em contar detalhes da história que não precisam ser ditas por um narrador ou pelos personagens.

Aqui em "The French Dispatch", essas características estão presentes e bem representadas. O filme tem a missão de ser uma versão filmada de um jornal fictício. No caso, a última edição desse jornal. E como o jornal, traz três histórias diferentes entre si, contada por um jornalista diferente que trabalham nessa redação. A decisão de estruturar um filme dessa forma, por si só, já é um desafio inovador. Mas além dessa ideia original, a fotografia aqui é um verdadeiro espetáculo. Anderson usa intermináveis recursos para expor as facetas do jornalismo e da crônica, como inserir no meio da história uma sequência de desenho animado para ilustrar a mentira contida na crônica contada.

Então, se as duas características principais do diretor estão presentes no filme, porque "The French Dispatch" não é uma obra-prima, como o "Grande Hotel Budapeste"? Eu culpo o roteiro. Não por ser mal escrito, pelo contrário, Anderson está com o estilo em dia, tanto nas câmeras, quanto na caneta. A linguagem é rápida, rebuscada, ácida e bem-humorada. Quem não gosta de um sarcasmo?
O problema aqui é a intenção. Talvez Wes Anderson não pensou no público ao querer homenagear o jornalismo dessa forma, digamos, modesta. Ele se contentou em apenas contar essas crônicas e falar dessa cidade fictícia, o que pra mim foi uma oportunidade perdida de falar sobre o jornalismo nos dias atuais que anda tão desmoralizado com o advento da imprensa livre que está na internet. Pode ser que a crítica esteja ali, mas de forma ínfima, quase nula. E além de não trazer essa visão paradoxa do jornalismo antigo e atual, o roteiro peca na transição das histórias, sendo cortes muito secos e com finais não tão bem estabelecidos. A falta de conectividade com os personagens e com o lugar que essas crônicas acontecem faz com que o espectador tenha pouca identificação com o que está sendo contado, e, devido ao ritmo ágil do roteiro, pode causar confusão aos menos atentos.

Para terminar, The French Dispatch é um ótimo filme, mas assistir ele é como beber refrigerante sem gás. É até gostosinho, mas poderia ser muito melhor.

Eu gosto de Wes Anderson. Pode não ser o melhor filme dele, acho inclusive que o formato de várias pequenas histórias, mesmo que interligadas pelo ponto em comum(páginas de um jornal), dificultou que o filme ganhasse um destaque a mais(embora profundidade no roteiro nunca foi o forte de Wes Anderson).
O elenco é ótimo. McDormand é fantástica; Brody e Seydoux parece que funcionam melhor com esse tipo de filme; Chalamet às vezes parecia um pouco fora do tom, mas talvez tenha sido proposital; e no caso de outros atores, como Wright e Schreiber, simplesmente é interessante saber como eles podem ser bons.
É um filme no qual, por se tratar de Wes Anderson, você mais ou menos já sabe o nível de extravagância que vai ter.

Wes Anderson mantém intacta a capacidade de extrair um magnetismo próprio e inconfundível por meio do nonsense declarado. As doses precisas que mesclam humor, drama e aventura continuam em proporções harmoniosas, o produto é novamente uma obra com aspecto fabular irreverente.
Comentei mais no perfil do Insta, só conferir! (@cinemacrica).

Filme chato demais! Histórias desconexas, personagens rasos, tedioso. Muito ruim! Um desperdício de elenco.

Sinopse:
Três histórias se passam na redação de um jornal americano na França, The French Dispatch.

Crítica:
"A Crônica Francesa", de Wes Anderson, é um belo exemplo da assinatura estilizada do diretor, oferecendo uma experiência visual repleta de simetria e cores vibrantes, que encantam os olhos. O filme se passa em uma cidade francesa fictícia do século XX, onde o cotidiano de uma redação de jornal americano se torna o pano de fundo para explorar temas profundos como a arte, política e o ato de auto-sabotagem.

A estrutura em três histórias curtas permite ao público mergulhar em diferentes camadas do jornalismo, revelando tanto a sua importância quanto as suas falhas. Cada narrativa é um microcosmo, onde os personagens, interpretados por um elenco estelar, proporcionam performances que variam de humor sutil a momentos de intensa reflexão. Benicio del Toro, Adrien Brody e Tilda Swinton se destacam, trazendo uma profundidade inesperada a personagens que poderiam facilmente ser caricaturais.

A trilha sonora de Alexandre Desplat é um deleite à parte, sustentando a atmosfera nostálgica e europeia do filme, com melodias que ressoam com os sentimentos dos personagens e o tom das histórias. A direção de arte é, sem dúvida, o ápice da produção, com cada cena meticulosamente montada para capturar a essência de um mundo em miniatura, evocando um forte senso de lugar e tempo.

Entretanto, a busca pela estética e pela narrativa fragmentada pode, por vezes, criar uma barreira entre o espectador e uma conexão mais profunda com os personagens. A leveza e o humor irreverente de Anderson podem diminuir a gravidade das questões que ele tenta abordar, fazendo com que alguns momentos pareçam superficiais, em vez de profundamente comoventes.

Apesar disso, "A Crônica Francesa" é um tributo ao espírito do jornalismo e à sua capacidade de capturar a complexidade da experiência humana. É um filme que, mesmo com suas falhas, consegue inspirar e provocar reflexão, proporcionando um deleite visual e narrativo que vale a pena ser apreciado.

Um dos trabalhos mais contidos de Wes Anderson.Traz todos os seus elementos que o consagrou,mas algo ficou de fora ou já se tornou comum demais na carreira do diretor.A comédia sarcástica sempre é bem dirigida por ele e o elenco escolhido sempre ajuda bastante.Visualmente amável,lembra vários outros filmes do diretor,se aproxima muito de "Hotel Budapeste" e "Viagem a Darjeeling".Wes tem muito crédito ainda.

Fotografia: Um vislumbre, um deleite Visual pincelada com a marca característica do Wes Anderson.
Elenco: Nem precisa falar muito. Anderson reunião nada mais nada menos que 7 vencedores do óscar em seu The French Dispatch.
Roteiro: Um giroscópio caleidoscópico, que com certeza agrada tanto os apaixonados por cinema quanto pela arte.
Atuação: Sublimes.