"Reação em Cadeia", filme dirigido e co-escrito pelo ator e apresentador Márcio Garcia, nos coloca diante de uma trama policial em que temos em foco dois dos grandes problemas da nossa sociedade: a corrupção e a violência. A história está centrada na figura de Guilherme (Bruno Gissoni), um contador que, após perder tudo o que de mais importante ele tinha na vida (esposa e filha), se depara com uma oportunidade de trabalho única, em uma grande empresa.
Quando tudo parece estar se encaminhando para que Guilherme reencontre a paz no viver, a descoberta de um desfalque substancial na empresa, que revela a existência de uma rede de corrupção que abastece políticos brasileiros, o tira do eixo. Portanto, "Reação em Cadeia" aborda, por boa parte de sua duração, o plano que Guilherme faz para desvendar e destruir esta rede - buscando livrar também a si mesmo de qualquer responsabilidade sobre os fatos.
No início do filme, Guilherme divide conosco que, na vida, ele conhecia somente dois caminhos: o certo e o errado. Quando se depara com a situação da empresa em que ele trabalha, ele descobre que existe um terceiro caminho para enfrentar o sistema - que também é bem representativo da nossa sociedade e, principalmente, um reflexo de cenários que vimos recentemente, como a Lava Jato, as delações premiadas, as colaborações entre investigações...
"Reação em Cadeia" tem um ritmo muito interessante, porém o que me incomodou no filme foi a sensação de impotência, de impunidade e de tristeza que a trama me causou. Diante do cenário político que estamos, uma história como esta não só é um reflexo do Brasil atual, como também uma prova inconteste de que ainda temos muito o que melhorar - como pessoas, como cidadãos e, mais ainda, como sociedade. Será que ainda temos solução?