Sócrates é negro, pobre, periférico (mora na periferia de Santos/São Vicente) e sofre inclusive violência física, tanto por parte do pai, por conta de sua orientação sexual, quanto por parte do rapaz (lindo!) pelo qual se apaixona,
que é casado e tem um filho, embora ele demore para descobrir.
Ele está sempre "apanhando" da vida. Com a morte da mãe fica inteiramente sozinho, sem ter como bancar o apartamento popular alugado, não consegue emprego já que, embora seja permitido que faça faxina na Rodoviária de Santos, substituindo a mãe, assim que ela morre, até mesmo isto não é mais possível, já que ele não tem 18 anos, passa fome, é "denunciado" ao pai pela assistente social... Uma "surra" atrás da outra...
A cena do filme que me fez chorar foi quando ele, tendo finalmente aceitado a morte da mãe, vai buscar as cinzas da mesma, mas até mesmo isto lhe é negado.
O filme reforça meus conceitos de que o principal condicionante em relação tanto à discriminação quanto ao preconceito é social.
É muito mais fácil, e certamente muito menos traumático, ser negro ou ser gay quando se é de classe média.