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    A Odisseia de Peter
    Críticas AdoroCinema
    3,0
    Legal
    A Odisseia de Peter

    Viver é imaginar

    por Barbara Demerov

    A imaginação de uma criança é um lugar sem limites; e na vida de Petya ela não somente é essencial como também se manifesta de maneira pura e inocente. Mesmo após ter de se retirar da Rússia, seu país natal, para começar uma vida nova com seus pais na Alemanha, a criança de 12 anos possui como verdadeiro lar a casa de sua avó, e é para lá que ele continua indo – mesmo que apenas em pensamento.

    Uma mudança intensa de rotina contada através dos olhos de uma criança, principalmente tratando-se de cinema, faz tudo parecer mais simples do que é na realidade. Em A Odisseia de Peter, por vezes é difícil identificar o que é real e o que não é ao longo da narrativa, mas é isso o que torna a jornada tão interessante: até onde a imaginação (ou seriam vivências?) de Peter irá nos levar?

    A fotografia ora dá mais vida à trama, ora a deixa mais fria, utilizando das cores para tentar nos mostrar o que se passa dentro da mente e do coração do jovem protagonista. Os momentos ambientados na casa de sua avó, sejam eles focados no relacionamento entre ela e seu neto ou nos passeios que Petya fazia com uma amiga durante o verão russo são os mais bonitos e coloridos; enquanto as passagens na Alemanha são frias, tanto pelo clima quanto pelos sentimentos nutridos pelo protagonista.

    As dificuldades do menino em se adaptar ao novo país vão desde o idioma até a recepção de algumas crianças da cidade, mas todos os percalços são intercalados por belas cenas (algumas mais fantasiosas que as outras) que expõem o quanto Petya quer voltar para casa. Apesar de aparentar estar confuso na nova escola e até mesmo na comunicação com os próprios pais, por dentro sua intenção está muito bem traçada e definida, sendo explícita na viagem que faz – metaforica e literalmente.

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