"O dom da premonição" é mais um filho direto do sucesso de "O sexto sentido", que tem algumas das qualidades do sucesso de M. Night Shyamalan mas não chega a superá-lo. Um ponto positivo é a composição do clima do filme, sempre soturno e com alguns sustos para o público. A personagem de Cate Blanchett - muito bem em escolhida para o papel devido à sua beleza exótica - é a chave condutora de toda a trama, que do início ao fim consegue prender a atenção do público. O filme também se desenvolve de forma lenta - assim como "O sexto sentido" - e também possui um final com uma reviravolta, que chega a ser previsível a quem prestar bastante atenção nos personagens. Outro ponto positivo de "O dom da premonição" é seu elenco. Keanu Reeves agora aparece muito bem como um marido violento e ameaçador - o completo oposto de seu serial killer de "O observador" - e Cate Blanchett também se sai bem como a protagonista. Greg Kinnear, Hillary Swank e Katie Holmes, apesar de não brilharem em cena, também não comprometem o filme. Por outro lado, o principal problema do filme é a instabilidade de seu roteiro, que começa como um verdadeiro suspense, dando sustos na platéia, torna-se um drama de tribunal para depois voltar a ser um suspense sobrenatural, agora com menos força. No geral um bom filme e nada mais.