O diretor sueco que vem filmando nos EUA há vários anos indubitavelmente gosta de dramas vertiginosos. É o mínimo o que se pode dizer da saga de Quoyle (Kevin Spacey no seu papel mais contido ao longo de sua carreira), um perdedor. As explicações vêm desde o início do filme quando o seu pai o humilhava e o obrigava a aprender a nadar jogando-o na água. A cena que leva Quoyle da sua infância até a idade adulta, na qual ele está se afogando, é brilhante. O anódino Quoyle teve sua existência quando um "meteoro" que atendia pelo nome de Petal (Cate Blanchett) choca-se contra ele. Ela o leva para a cama, engravida, tem uma menina para a qual nunca ligou e morre num acidente de carro. Apesar de ter sofrido o pão que o diabo amassou na companhia de Petal e dos amantes que ela costumava levar para casa, Quoyle era apaixonado por ela, talvez pelo fato de não se imaginar capaz de conseguir outro amor em sua vida. A chegada de sua tia Agnis (Judi Dench) vai causar uma reviravolta em sua vida. Esta o convida a vir morar junto com ela na terra de onde partiram os Quoyle para o resto do continente americano, a gélida Newfoundland. Quoyle saberá sobre o passado de sua tia e de sua família, e, acima de tudo, ganhará em termos de amor próprio (será um jornalista e se apaixonará por Wavey (a bela Julianne Moore). Filme que priveligia a visão psicológica do personagem principal, com atores sublimes e nas mãos de um diretor que sabe das coisas. Quer mais?