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    O Leilão da Brillo Box
    Críticas AdoroCinema
    4,0
    Muito bom
    O Leilão da Brillo Box

    Um novo olhar para o mesmo objeto

    por Barbara Demerov

    Como um simples objeto pode ser visto como arte? Ou melhor, o que é arte? O documentário de Lisanne Skyler aborda essas duas questões de forma divertida e inusitada, afinal, o foco aqui não é o surgimento da Pop Art em si e nem do artista Andy Warhol (apesar dele ser mencionado o tempo todo). O que está em destaque é uma das obras mais conhecidas do artista: as Brillo Boxes.

    O que antes eram meras caixas de sabão acabou dando a forma para algo muito maior acontecer. Em 1969, os objetos criados por Warhol foram vendidos por apenas mil dólares – e uma destas caixas foram parar na casa de Lisanne, cujos pais eram colecionadores de arte. A diretora do documentário conviveu com a Brillo Box por um curto período de tempo até seu pai a vender para comprar outra obra de arte, um quadro do então artista em ascenção, Peter Young.

    Porém, o que ninguém da família da diretora esperava era que as Brillo Boxes de Warhol se tornariam uma verdadeira febre anos após sua morte, ocorrida em 1987. E mais: que a mesma caixa que fazia parte de suas vidas rodaria o mundo e seria vendida diversas vezes, chegando a ser uma das principais peças da casa de leilão Christie’s.

    De forma dinâmica, cuja montagem dá um certo respiro mas ainda nos deixa curiosos o suficiente para saber mais sobre este interessante capítulo da arte, vemos o quanto ela pode impactar a vida das pessoas e, principalmente, o quanto ela é mutável (mesmo após 40 anos e de forma completamente aleatória). O documentário não chega a bater uma hora de duração, mas mesmo assim a imersão ao passado é imediata.

    Reunindo depoimentos dos pais de Lisanne e do próprio Peter Young (que afirma que suas obras valerão o dobro após sua morte), Leilão da Brillo Box é uma deliciosa revisita ao que a Pop Art representa e um importante lembrete de que a arte pode estar em qualquer lugar. Basta olhar para os lugares mais inusitados, assim como fez Warhol com as prateleiras de supermercados na década de 60.

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