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    Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars
    Críticas AdoroCinema
    2,0
    Fraco
    Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars

    Comédia de clichês

    por Barbara Demerov

    Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars navega por dois caminhos bem diferentes um dos outro: por vezes o filme parece seguir apenas o gênero cômico ao apoiar-se na bizarrice de seus personagens e, em outros momentos, busca entregar uma mensagem clichê de superação e seguir sua intuição. Não há nenhum problema em um caminho ou no outro; a grande questão é que, quando combinados, a fórmula não funciona como o esperado. Ainda se tratando de uma história sobre um grande sonho profissional.

    Ao menos o carisma da dupla de protagonistas, que conta com Rachel McAdams e Will Ferrell na pele de Sigrit e Lars, faz com que a história não se torne tão cansativa. Porém, a longa duração e o roteiro que não se sujeita a contar uma história mais profunda de ambos os personagens fazem com que o talento da dupla regrida a partir de certo ponto. Olhando para os cantores que sonham em se profissionalizar fora de sua pacata cidade natal, é evidente que há muito mais a se contar.

    Mas Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars se preocupa em dar um foco mais amplo ao famoso festival em si, para só então começar a trabalhar seus personagens. O prólogo que apresenta Sigrit e Lars ainda crianças enquanto assistem à apresentação do ABBA no festival acentua o poder que a música exerce nesta relação, mas isso se perde e só é retomado na apresentação final. No meio tempo, a trama abre espaço para uma sucessão de eventos que beiram o trash (como a explosão de um barco com competidores islandeses) e outros que diluem a dinâmica da dupla - o elemento mais interessante.

    São escolhas como estas que transformam o filme como um todo em uma grande festa colorida e de estilo andrógeno em pleno século XXI, mas se voltar mais ao background pessoal de Sigrit e Lars. Dos dois, é Sigrit quem ganha mais espaço na trama, pois é apenas ela quem passa a criar um conteúdo autoral fora do que foi feito no duo Fire Saga.

    Já para o lado de Lars, o personagem é um grande combinado de clichês que não o levam a lugar algum: ele perdeu sua mãe ainda criança, não se dá tão bem com seu pai ranzinza (Pierce Brosnan) e, apesar de estar confortável tocando em sua cidade natal, sempre quis dar um passo à frente na carreira ao lado de Sigrit. Aliado ao já conhecido humor de Ferrell, Lars simplesmente acaba não se encaixando dentro da própria intenção do personagem, pois mesmo quando ele fala em tom sério não é possível se desprender de piadas prévias que o protagonista fez - com turistas americanos, por exemplo. Quanto a química do possível casal em questão, ela tarda muito a aparecer - inclusive com vários personagens falando de Sigrit como se ela fosse irmã de Lars.

    Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars possui boas músicas (ainda que as vozes não pareçam ser de McAdams e Ferrell) e as performances da dupla - sempre ridicularizada por profissionais e público - não deixam de ser divertidas. Mas o ritmo do filme se perde ao nos apresentar, de início, personagens que querem crescer enquanto músicos; eventualmente, eles seguem o caminho mais cômodo, limitado à mensagem de que o intuito de provar algo para os outros pode refletir algo a si mesmo.

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