O chamado Clube dos 27 faz referência aos músicos que faleceram aos 27 anos, em decorrência de uma vida de abusos, seja alcoólico ou de drogas; ou por meios violentos, como o suicídio. Os “integrantes” mais célebres desse grupo são artistas como Brian Jones (que fez parte do Rolling Stones), o guitarrista Jimi Hendrix, a cantora Janis Joplin, o cantor e poeta Jim Morrison (da banda The Doors), o cantor e guitarrista Kurt Cobain (líder do Nirvana) e a cantora Amy Winehouse.
O documentário 27: Gone Too Soon, dirigido por Simon Napier-Bell, aborda justamente esta temática. Por meio de depoimentos de jornalistas, estudiosos da música, psicólogos, dentre outros, o diretor tenta encontrar elementos em comum que levaram estas personalidades aos fins trágicos que tiveram. Algumas semelhanças entre eles está no fato de que todos tiveram infâncias difíceis e que estavam altamente inseridos dentro de uma cultura auto-destrutiva, que os levaram aos vícios e, consequentemente, à morte.
No caso dos quatro primeiros “integrantes” deste clube, um fato já chama a atenção: o de que o intervalo da morte deles se deu num período de dois anos. No final da década de 60/início da década de 70, a cultura de drogas e de álcool era muito forte (um reflexo do desejo de liberdade que pairava entre as pessoas naqueles anos e da facilidade de acesso às rotas do tráfico) e, além disso, as pessoas no geral não sabiam como lidar com os vícios – termos como reabilitação não eram conhecidos na época.
Já nos casos de Cobain e Amy Winehouse, o que podemos perceber são duas pessoas que foram tragadas pela cultura de sucesso e que não souberam lidar bem, na realidade, com o que passou a ser esperado deles. Amy é um exemplo ainda mais emblemático, pois ela lidou diretamente com a cultura de celebridade, tendo seus passos seguidos pelos paparazzi e pelos fãs e publicados na Internet, se colocando no olho do furacão do julgamento do público.
Apesar de ter 90 minutos de duração, a verdade é que 27: Gone Too Soon é um documentário muito raso, que não se aprofunda nos grandes problemas que levaram estas personalidades ao vício, não nos apresentando nada que não sabíamos sobre eles. O melhor, nesta situação, é se debruçar sobre os documentários e filmes já existentes sobre cada uma dessas figuras. Esses sim vão nos oferecer uma perspectiva mais ampla sobre cada um deles.