Documentário de curta-metragem dirigido por Rob Epstein e Jeffrey Friedman, A Partida Final se passa num hospital norte-americano, enfocando pacientes em estado terminal, com o objetivo de retratar o trabalho de profissionais que se dedicam aos chamados cuidados paliativos, que são o conjunto de práticas de assistência ao paciente, por meio de uma equipe multidisciplinar, visando oferecer dignidade e a diminuição do sofrimento daqueles que se encontram em estágios avançados de uma doença.
Desta maneira, nos encontramos diante de histórias que nos lembram muito situações retratadas em outro documentário de curta-metragem produzido pelo canal de streaming Netflix, Extremis: por um lado, temos o retrato da situação dos familiares desses pacientes; e, do outro, temos a visão dos médicos, enfermeiros, etc. A Partida Final, no entanto, se diferencia de Extremis num ponto: ao nos colocar diante do ponto de vista de alguns pacientes – especialmente aqueles que ainda possuem a lucidez suficiente para decidirem sobre os seus destinos.
A Partida Final, em muitos momentos, é um documentário muito bonito e tocante, e que nos “obriga” a encarar a certeza da morte de alguém querido. É muito difícil ver as pessoas que amamos definhando ao nosso redor – e isso se confirma quando assistimos a algumas das cenas deste filme. Por mais que tenhamos a esperança de que algo pode mudar, é difícil ver essas pessoas sofrerem. Diante disso, será que não daríamos tudo para que essas pessoas tivessem seus últimos momentos rodeadas de amor, num local em que elas estivessem confortáveis? Por isso mesmo, a ênfase do filme na valorização do trabalho desenvolvido pelos profissionais que se dedicam aos cuidados paliativos.
Como bem nos afirma um dos médicos que trabalham com isso, “somos programados para fugir da morte. Mas morrer faz parte da vida”. Assim, a pergunta mais importante que A Partida Final suscita é a seguinte: quando estamos diante de situações como as que as personagens deste documentário vivem, devemos pensar sobre como queremos morrer, como queremos que as pessoas que amamos partam, caso tenhamos o poder de decisão sobre isso?