Para muitas pessoas Espiral pode estar entre piores filmes da franquia. Para mim, com certeza, é o pior. Achei o filme desinteressante do início ao fim.
O que mais irrita é a atuação de Chris Rock (realmente, todo mundo odeia o Chris), que é caricata e forçada. É ainda pior nos momentos em que a câmera foca no rosto e ele tenta expressar alguma emoção. Seja lá o que ele tentou fazer, ficou muito bizarro. Tão forçado que parece que parece que ele está no banheiro fazendo "sabemos o quê".
Não vou negar que foi muito legal saber que o Chris Rock é um grande fã de Jogos Mortais e que foi dele a iniciativa de fazer o longa. A boa intenção dele, porém, veio com um alto preço. Dá para assistir? Dá. Mas é preciso fazer isso com o modo descrença ativado no nível mais alto possível.
Precisava ser ele o ator principal? Fiquei com aquela sensação de que colocaram ele como protagonista só porque ele é o "dono da bola". Se gosta, não estraga, cacete.
Outro astro do spin off, Samuel L. Jackson, fez simplesmente o que ele está acostumado: atuação expressiva com uso de chavões. Isso não é uma crítica. Ele apenas não fez diferença nenhuma, nem para pior, nem para melhor. O ator não tem muito tempo de tela e quando aparece, é ok. Culpa do roteiro? Talvez. Se o Chris Rock é o dono da bola, Samuel L. Jackson só jogou porque tem nome.
Os demais personagens são desinteressantes, não dá para assitir apego por nenhum.
O que me fez respirar aliviado pelo menos foi não terem enfiado o John Kramer na trama. Ele só aparece em uma foto e. claro, é a inspiração do novo vilão. Este que até tem uma motivação plausível para "jogar" com os policiais. Porém, a revelação de sua identidade é previsível, principalmente para quem está acostumado ao cinema.
E se tem algo que a franquia Saw não traz nos seus roteiros é previsibilidade, por mais que usem de diversos malabarismos narrativos para isso. Nada surpreendeu dessa vez.
Tá, mas e as armadilhas? O principal elemento da franquia. As punições são coerentes com o mal que o jogador cometeu. Não falta muito sangue e membros multilados. Contudo, senti falta da engenhosidade presente em todos os longas anteriores. Aqui elas são poucas e simplistas demais. Uma das arapucas, inclusive, "a do pescoço", além de não fazer sentido lógico, é de uma preguiça sem tamanho.
A franquia, desde primeiro filme, envolve investigação policial. No caso de Espiral, ela é ainda mais acentuada, mas caiu no fator: é mais do mesmo. Toda a inovação prometida, foi uma mentira. Realmente, não dá para entender. Spin-offs costumam aproveitar o sucesso de suas linhas principais e expandir o universo, trazer novos pontos de vistas.
O diretor Darren Lynn Bousman, o mesmo dos filmes 2, 3 e 4, e os roteiristas de Jigsaw, de 2017, poderiam ter feito um arroz com feijão, mas fizeram só o arroz, seco e difícil de engolir. É claro que não esperávamos algo tão incrível como a primeira e a segunda obra, mas poderia ter saído algo muito mais interessante.
Em suma, Espiral: o legado de Jogos Mortais foi totalmente desnecessário e trouxe ainda mais desgaste para uma franquia que é mais do mesmo há muito tempo. Só valeu a pena ter assistido para poder dizer a mim mesmo que fechei a saga. Só recomendo assitir se a sua intenção também for essa. Para quem não é fã, recomendo passar longe.