A MORTE TE DÁ PARABÉNS 2 (Happy Death Day 2U
Continuação direta de "A Morte Te Dá Parabéns (2017)", o longa é novamente dirigido por Christopher B. Landon, e diferente do anterior, agora ele escreve o roteiro. A Morte Te Dá Parabéns 2 repete os quatro produtores do primeiro (Jason Blum / Angela Mancuso / John Baldecchi / Couper Samuelson), além do mesmo compositor (Bear McCreary) e claro, a mesma protagonista (Jessica Rothe). Realmente em time que está ganhando não se mexe?
A Morte Te Dá Parabéns foi uma grata surpresa, foi um achado, porém devo confessar que eu gostei do filme, consegui me entreter e me divertir com a história, consegui comprar aquela ideia do " looping macabro". Portanto, claramente o primeiro longa funcionava como uma espécie de feitiço, um "Déjà vu" vivido por Tree (Jessica Rothe). O longa ainda fazia uma alusão ao "slasher movie" e ainda tinha uma pequena crítica no comportamento da protagonista, ou seja, foi um filme descompromissado e despretensioso, mas que indiretamente funcionou.
Claramente a produtora queria beber da fonte que funcionou no primeiro filme, trazendo uma segunda parte, uma continuação direta (sem a menor necessidade). Mas de certa forma a premissa era boa e tinha potencial pra isso, se pegarmos a ideia de como ficou a vida da protagonista após os incidentes e darmos uma continuidade mantendo a lógica do primeiro filme, mas na minha opinião não funcionou, pelo contrário, ficou simplesmente péssimo. Claramente não tinham uma ideia pra continuação, foi um roteiro escrito às pressas e de forma preguiçosa. Este segundo ficou uma coisa mais fictícia, fugindo da premissa do anterior e entrando indiretamente na ciência, onde quiseram usar o clássico oitentista "De Volta para o Futuro 2" como referência à estrutura narrativa, mas feito de uma forma vaga e totalmente falha.
Toda ideia que se criou a partir do looping das dimensões (aquela espécie de máquina do tempo), pra dar ênfase na nova história da Tree e conseguir uma ligação com o primeiro filme é simplesmente péssima, por mais que o roteiro realmente devesse seguir um caminho diferente e não ficar só voltando nas mortes da Tree (como fez no primeiro). E olha que ao decorrer da trama nos deparamos com menções à filmes como "A Origem", "Efeito Borboleta" e o próprio "De Volta para o Futuro", o que poderia funcionar como uma base de inspiração segura. Outro ponto, o assassino "Babyface", que aqui é totalmente jogado para escanteio e desperdiçado. Tudo bem que assim como no primeiro filme, ele é secundário na história, só que aqui o trouxeram por obrigação, porque o foco não é mais ele.
Outro ponto que eu considero falho é o anúncio de um possível novo protagonista, que não é bem explorado e logo é esquecido pelo roteiro, ficando bem secundário ao decorrer da história. O longa claramente tenta sair do clima de terror apresentado no primeiro filme e naufraga vergonhosamente na comédia. Assim como no longa anterior que apresentava uma crítica ácida ao modo patricinha da Tree e o seu comportamento com as pessoas ao seu redor, aqui temos até uma mensagem bonitinha sobre a Tree e a sua mãe (que eu achei bem legal).
A protagonista Jessica Rothe está novamente bem em seu papel! Eu vejo um grande potencial nessa atriz, ela consegue desenvolver bem o seu tom de humor/comédia em um timing muito preciso. Os coadjuvantes são bem irrelevantes, nenhum se destaca a ponto de ser notado, é só pra compor o elenco mesmo. Como o próprio Israel Broussard, que reprisa o seu personagem do primeiro filme, aqui até mais namorado do que amigo da Tree, mas sem uma grande importância. Phi Vu poderia funcionar, se fosse bem utilizado como deu a entender logo ao início. Ruby Modine me pareceu muito presa nesse segundo filme, até pelo seu tempo de tela que foi bem reduzido em relação ao anterior, lá ela estava bem mais a vontade na personagem. Rachel Matthews funcionou na parte cômica adotada nesse roteiro, ela entregou o lhe foi proposto. Porém, ela é peça fundamental ao final da história, que destacarei ao final com a barra de spoiler.
Assim como no primeiro filme, A Morte Te Dá Parabéns 2 é aquele típico filme que não se deve levar muito a sério, é um longa feito com o único intuito de entreter, de forma descompromissada e despretensiosa. Mas visto que este é uma ligação direta do primeiro filme, todos os seguimentos adotado pelo roteiro não me convenceu e de certa forma é muito falho e impreciso.
Ao final o longa apresenta uma cena pós-crédito que dá ao entender que teremos um terceiro filme, pois a personagem da Jessica passa o bastão para a personagem da Rachel. Parece que o diretor confirmou o seu claro interesse em um terceiro filme da já formada franquia, dessa vez adotando até uma nova protagonista. Eu sinceramente torço pra que não de certo e que não aconteça, porque claramente este segundo filme já ficou perdido, e ao meu ver nesse caso é totalmente plausível o termo "menos é mais".
[14/06/2019]