"Nop" É em termos de metáforas sociais o mais fraco filme de Jordan Pele, porém é filme em que o lado mais cinéfilo aparece, é evidente que Jordan quis referenciar um pouco tudo aquilo que ele ama dentro do cinema: Faroeste, Filmes de terror B, Steven Spielberg, Animes, etc. E essa homenagem é o que melhor funciona em "Nop", um filme que se desenrola em três atos bem definidos e apesar de ser seu roteiro mais "raso" apresenta camadas complexas, como a discussão de abuso animal, consumismo e racismo, embora esse ultimo de forma bem mais simples, porém é interessante a introdução que temos sobre a importância dos negros na construção do cinema, outro ponto legal de roteiro é como o filme pontua bem certinho suas soluções textuais antes de acontecerem, deixando a obra como um todo mais concisa. A direção de Pele é sempre boa, o diretor tem uma capacidade incrível de criar tensão, e neste filme ele faz isso além do normal, criando momentos de muita tensão e aflição, porém em contrapartida, ele também solta muito seu lado humorista, criando muitas cenas de alívio cômico, mas por incrível que pareça isso não quebra o ritmo e contribui para um espírito de Trash que o longa tem, mas é só o espírito mesmo, porque na prática os efeitos, direção e atuações são hollywoodianas. Todos os atores mandam muito bem, os efeitos visuais estão legais demais, a fotografia quente e aberta ajuda muito na sensação de solidão e a trilha sonora que mescla, pop, rap e um clássico tom western é simplesmente demais. Gostei muito da movimentação do "Ovni" como Tubarão de Spielberg e sua transmutação como no clássico anime "Evangelion" existe também um fan service maravilhoso de "Akira" e muitas referências a Sinais, entre outras dezenas de filmes, me diverti muito vendo "Nop" e não senti tanta falta do "Terror Social" do Pele. 7/10